A Justiça brasileira, já sobrecarregada e lenta, agora se vê diante de um novo e inusitado desafio: a disputa pela guarda de um bebê reborn.
O caso veio à tona após a advogada Suzana Ferreira, influencer com quase 100 mil seguidores no Instagram, revelar que foi procurada por uma mulher em processo de separação que deseja regulamentar a guarda da boneca hiper-realista que, segundo ela, “faz parte da família”.

O ex-companheiro, apegado emocionalmente ao bebê reborn, também reivindica o direito de conviver com a boneca, recusando-se a aceitar uma substituição.
Além disso, há um impasse financeiro: a mulher exige que ele arque com metade dos custos, incluindo o enxoval adquirido para a boneca.
A situação se complica ainda mais porque o bebê reborn tem um perfil no Instagram que gera renda por meio de publicidade, tornando-se um ativo patrimonial disputado. Veja o vídeo:
Enquanto isso, crianças reais aguardam por adoção
Casos como esse levantam um alerta sobre o estado psicológico da sociedade.
Enquanto crianças reais aguardam na fila de adoção e milhares de animais de rua buscam um lar, há quem invista tempo e dinheiro em bonecas tratadas como filhos.
A febre dos bebês reborn, que começou como um hobby, agora se transforma em um fenômeno social que pode ter impactos psicológicos preocupantes.
Especialistas apontam que o apego excessivo a objetos inanimados pode indicar dificuldades emocionais e a necessidade de acompanhamento psicológico.
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Casos ameaçam sobrecarregar ainda mais o judiciário
O Judiciário, por sua vez, enfrenta um dilema: como lidar com demandas que, por mais inusitadas que pareçam, são reais para quem as apresenta?
A advogada Suzana Ferreira questiona como os tribunais irão receber esse tipo de caso e destaca que a administração das redes sociais da boneca se tornou um ponto de conflito patrimonial legítimo.
O dilema subverte a razão e levanta dúvidas. Uma seguidora, que é pediatra, disse temer ser processada caso se recuse a atender um bebê reborn.
Afinal, é caso para justiça ou psicólogo?
Diante desse cenário, fica a reflexão: até que ponto a sociedade está disposta a investir em relações com seres inanimados enquanto negligencia aqueles que realmente precisam de cuidado e atenção?
O caso do bebê reborn pode ser apenas um sintoma de um problema maior que merece ser debatido com profundidade.