O prefeito Eduardo Paes, em mais um mandato à frente da cidade, voltou a pedir que moradores evitem colocar lixo nas ruas e reduzam deslocamentos diante das fortes chuvas que atingem a capital nesta quarta-feira (17). A recomendação, feita em suas redes sociais, reforça a necessidade de cautela, mas não esconde a realidade: os alagamentos continuam sendo um drama recorrente do verão carioca.
Apesar de discursos sobre mudanças climáticas, o problema é antigo e expõe a falta de soluções estruturais. As enchentes sempre ocorreram na cidade, e a população segue convivendo com o caos urbano a cada temporal.
Cenário atual
– O Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio) colocou a cidade em Estágio 2 de atenção às 6h45, após chuvas intensas e ventania desde a madrugada.
– O sistema Alerta Rio registrou 18 mm em apenas 15 minutos, suficiente para provocar alagamentos em diferentes regiões.
– A Zona Oeste foi uma das mais atingidas: em Campo Grande, passageiros de um ônibus ficaram ilhados e foram resgatados de bote pelo Corpo de Bombeiros.
– Na Zona Norte, bairros como Méier, Piedade e Madureira tiveram vias alagadas, com destaque para a Avenida Ministro Edgar Romero.
– A SuperVia suspendeu a circulação de trens em Olaria, Ramos, Bonsucesso e Manguinhos, mantendo operação parcial apenas entre Penha e Saracuruna.
Voz da população
Moradores relatam que a situação se repete todos os anos. “Todo dezembro e janeiro é a mesma coisa. Minha casa está cheia de água”, disse um residente da Rua Camaipi, em Campo Grande. Outra moradora descreveu a cena: “É barata, é lacraia, é água de esgoto. Fica a maior sujeira”.
Previsão
A Climatempo alerta para volumes de chuva que podem ultrapassar 100 mm em 24 horas, com risco de transbordamento de rios e deslizamentos. Rajadas de vento de até 70 km/h devem atingir o estado, mantendo o tempo instável até sexta-feira.
