Arrastão de estudantes uniformizados mostra que o crime está fazendo escola

coisasdapolitica.com
Violentos, alunos da rede municipal do Rio roubaram celulares e espancaram vítimas

Nesta quinta-feira (17) a Zona Norte foi palco de um arrastão promovido por estudantes uniformizados da rede municipal de ensino, que roubaram celulares e agrediram vítimas em vias movimentadas como a Avenida Dom Hélder Câmara, no Engenho de Dentro, e a Rua Dias da Cruz, no Méier.

O episódio, registrado por câmeras de segurança e amplamente divulgado nas redes sociais, escancara a gravidade da criminalidade na cidade e levanta debates sobre a impunidade para menores e o impacto cultural da romantização do crime.

Enquanto alguns dizem que o caso é reflexo da forma como o prefeito Eduardo Paes (PSD) destrata a educação, colocando crianças sentadas em caixotes na sala de aula, outros alertam para as consequências do mau exemplo do presidente Lula (PT), ao passar a mão na cabeça de ladrões de celulares, alegando que eles só querem comprar uma cervejinha.

Estudantes organizados e violentos

Imagens mostram grupos de adolescentes cercando vítimas, roubando celulares e, em alguns casos, espancando-as.

Uma idosa foi empurrada e caiu sobre um vaso de plantas após ter seu celular tomado por dois menores.

Em outro vídeo, um jovem foi encurralado por três adolescentes, que o agrediram até ele cair no chão, enquanto outros se juntavam ao ataque.

A polícia conseguiu interceptar parte dos grupos e apreendeu celulares roubados, mas a sensação de insegurança permanece.

Flávio Bolsonaro volta a cobrar redução da maioridade penal após arrastão de menores no Méier

Impunidade e legislação para menores

O caso reacende discussões sobre a impunidade para menores de idade no Brasil.

Apesar de serem apreendidos, muitos adolescentes envolvidos em crimes graves acabam sendo liberados rapidamente devido às brechas na legislação.

A Lei do Menor Infrator, que prevê medidas socioeducativas em vez de penas severas, é frequentemente criticada por não ter um efeito dissuasório.

A reincidência é alta porque os jovens sabem que as consequências são mínimas.

Oruam: rapper que cita o pai, Marcinho VP, como exemplo, é acusado por internautas de promover a bandidolatria

O culto à bandidolatria e seus reflexos

Outro ponto de debate é o impacto cultural da chamada “bandidolatria”, alimentada por artistas e produções que romantizam a criminalidade.

Músicas e filmes que exaltam a figura do criminoso como herói ou sobrevivente acabam influenciando jovens, criando uma percepção distorcida sobre o crime.

Essa glorificação contribui para a normalização da violência e dificulta a construção de uma cultura de respeito às leis e à convivência pacífica.

Deputado oferece caixote para ‘colega’ sentar ‘igual na escola de Eduardo Paes’

Educação precisa ser levada a sério

O arrastão na Zona Norte do Rio é mais um exemplo do desafio que a cidade enfrenta para combater a criminalidade e garantir segurança à população.

Enquanto a educação nas escolas não for levada a sério pelos governantes, a legislação não for reformada para lidar com menores infratores de forma mais eficaz e o culto à bandidolatria continuar a influenciar jovens, episódios como este tendem a se repetir, reforçando a sensação de impunidade e insegurança.

 

Compartilhe Este Artigo
Para enviar sugestões de pautas ou comunicar algum erro no texto, encaminhe uma mensagem para a nossa equipe pelo e-mail: contato@coisasdapolitica.com
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress