Nem os muros altos, nem os sistemas de segurança sofisticados foram suficientes para impedir mais um episódio de violência no bairro do Morumbi, zona sul de São Paulo. Na madrugada desta terça-feira (24), quatro criminosos armados invadiram uma mansão na Rua República Dominicana, renderam seis pessoas que foram amarradas e roubaram cerca de R$ 3 milhões em joias, relógios de luxo, euros e dólares. As vítimas – um segurança, funcionários e um casal de idosos — foram todas levadas para um cômodo, onde foram amarradas.
O caso, que chocou moradores da região, é apenas mais um entre os diversos crimes registrados no bairro neste ano. Em abril, outra quadrilha armada com pistolas e fuzis invadiu uma residência na Rua General José Scarcela Portela e levou 13 relógios de luxo, além de joias e US$ 5 mil em espécie. No mesmo mês, vigilantes trocaram tiros com criminosos que tentavam invadir outra casa próxima à Avenida Morumbi.
Segundo os últimos dados da Secretaria de Segurança Pública, o Morumbi liderou os registros de roubos a residências no primeiro trimestre de 2025. A sensação de insegurança tem levado moradores a reforçar a segurança privada, com patrulhas que chegam a custar R$ 30 mil por mês.
A escalada da criminalidade no bairro nobre reflete uma preocupação nacional. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada em abril, a violência passou a ser a maior preocupação dos brasileiros, superando temas como economia e saúde. O levantamento apontou que 29% dos entrevistados consideram a criminalidade o principal problema do país.
A mesma pesquisa revelou que a maioria da população desaprova a forma como o governo federal vem lidando com a segurança pública. Parte desse descontentamento se concentra na política de desencarceramento defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem sido criticada por tratar criminosos como vítimas da sociedade. A proposta, que visa reduzir a população carcerária, é vista por muitos como um incentivo à impunidade e à reincidência.
Enquanto o debate sobre segurança pública se intensifica, moradores do Morumbi seguem reféns do medo — e da sensação de que, no Brasil de hoje, nem o CEP mais valorizado garante proteção.
Violência assusta e se mantém como maior temor dos brasileiros sob o governo Lula
