‘Celular fake’ para enganar ladrão alavanca faturamento das lojas na internet

Jefferson Lemos
Enquanto um celular original da Maçã é vendido por milhares de reais, o aparelho para enganar ladrão é anunciado em uma loja virtual pela bagatela de R$ 165

Enquanto a impunidade vem alavancando os roubos e furtos de celulares, lojas na internet faturam vendendo celular fake para enganar ladrão. São celulares idênticos – pelo menos por fora – aos da Apple, uma das marcas mais visadas pelos bandidos. Até o peso do aparelho é igual, para não levantar suspeitas.

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Mas enquanto um celular original da Maçã é vendido por milhares de reais, o aparelho para enganar ladrão é anunciado em uma loja virtual pela bagatela de R$ 165.

A compra ainda pode ser parcelada em 15 vezes de R$ 18,69 no cartão de crédito. A pechincha só não é melhor por causa da “taxa das blusinhas” implantada pelo governo Lula, que faz o preço final dobrar de valor.

Celular fake já pode ser encontrado no Mercado Livre, uma das principais plataformas de vendas da internet

Plataforma do governo já registrou mais de 100 mil solicitações de bloqueio

Mesmo assim, o “investimento” pode valer muito a pena, se forem considerados dados divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Do dia 19 de dezembro de 2023 até o último dia 19 de fevereiro já foram registrados 109 mil solicitações de bloqueio na plataforma Celular Seguro, do Governo Federal, que serve para ajudar pessoas que tiveram seus smartphones furtados ou roubados a bloquearem seus aparelhos.

Apple, Samsung e Motorola entre as principais marcas roubadas

As principais marcas que são alvo dos criminosos são Samsung, Apple e Motorola, responsáveis por 80% dos pedidos de bloqueios recebidos pelos usuários do programa. Nesses números, a Samsung lidera com 38,6 mil smartphones roubados, enquanto bloqueio de iPhones chegam nos 26,4 mil e os da Motorola com 22 mil. Mas vale destacar que a Apple, apesar de ter apenas 10% do mercado nacional, representou 25% dos roubos e furtos de celulares. Desde que foi lançada, a plataforma tem registrado cada vez mais pedidos de bloqueios de aparelhos.

Digitalização bancária faz celulares virarem alvos mais atrativos para os bandidos

A diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, destaca que hoje há uma mudança no padrão de furtos e roubos de celulares, que reflete uma nova dinâmica do crime patrimonial no Brasil, influenciada pela digitalização bancária e da vida pessoal, como um todo.

“Com isso, aas fraudes ficam mais acessíveis porque a sua vida inteira da pessoa está no celular. Às vezes não é só da sua, é da vida da sua família inteira. É foto, é contato de outras pessoas. Isso revela uma mudança nos padrões”, explica.

Roubos ocorrem predominantemente em vias públicas

Segundo dados da plataforma, os roubos de celulares ocorrem predominantemente em vias públicas (78%), especialmente nos horários de pico entre 5h e 7h da manhã e entre 18h e 22h da noite, em dias úteis. Já os furtos acontecem em vias públicas (44%), estabelecimentos comerciais (14%) e residências (13%), com maior incidência nos finais de semana.

Então é possível entender melhor o que os criminosos estão procurando.

Anunciante alerta no site que celular não funciona, serve apenas para enganar os bandidos

Confira dicas de segurança para evitar acabar sem celular

O interesse do criminoso aumenta de acordo com o valor do celular. Se você ainda não tem seu celular para enganar ladrão, é importante seguir algumas dicas de especialistas em segurança pública. Afinal, o smartphone é o equipamento eletrônico mais subtraído no país; bateu todos os recordes na estatística policial. Da mesma maneira que o mercado legal de telefonia móvel está tremendamente aquecido, o mercado ilegal está pegando fogo, principalmente, pela facilidade em vender a mercadoria roubada ou trocar por drogas.

Conforme ficam mais populares e caros, os celulares se tornam mais chamativos para a prática de crimes como furto e roubo. E, por mais que o aparelho seja recompensa suficiente, muitas vezes alguns indivíduos têm interesse em roubar dados e informações contidas nos celulares.

Portanto é necessário procurar meios de proteger e recuperar seu aparelho, ou no mínimo, dificultar a ação de criminosos impedindo-os de obter suas informações.

Seguem algumas orientações:

  • Fique próximo do aparelho o tempo inteiro. Não o deixe sobre uma mesa ou em um bolso aberto da mochila, por exemplo;
  • Não tire o telefone do bolso ou da bolsa em áreas conhecidas por furtos e roubos. Evite mexer no aparelho em locais perigosos;
  • Não se ofereça para dizer as horas em locais pouco seguros. Muitos indivíduos perguntam as horas para descobrir se o seu aparelho vale a pena ser roubado.
  • Coloque senha, código de bloqueio, ou “desenho” para desbloquear seu celular. Logo após o furto ou roubo, o criminoso terá acesso dificultado a seus dados que poderão ser apagados remotamente por você.

Guarde os detalhes do seu aparelho:

Faça um registro de todas as informações e guarde-o em um local seguro. Alguns dados importantes (O número do telefone/ O fabricante e o Modelo/ Detalhes visuais/ O PIN ou o código de desbloqueio/ O número IMEI (para celulares GSM) — algumas operadoras são capazes de desativar o aparelho através do uso do número).

Muitos usuários ainda não sabem a importância do IMEI na redução dos registros de furto e roubo de celular, já que com ele é possível bloquear totalmente o aparelho junto à operadora. O celular é inutilizado, mesmo após a inserção de um novo chip. Através dessa estratégia, a intenção é inviabilizar o comércio de produtos no mercado negro.

Em caso de roubo, avise a polícia

Mesmo com todos os cuidados, é recomendável que as vítimas não deixem de registrar o boletim de ocorrência, e assim auxiliar a polícia a coibir esse tipo de ação delituosa.

 

  • com informações do @tudocelular @macmagazine e prefeitura de Cerquilho (SP)
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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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