“Sauna flutuante”: deputado fiscaliza barcas sem ar-condicionado e denuncia descaso da CCR

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Deputado afirma que apenas durante a fiscalização, a CCR retirou as barcas sem ar condicionado de circulação - Foto: Reprodução/Redes Sociais

Basta os portões da Estação Arariboia se abrirem para o desânimo tomar conta dos passageiros. Ao avistar a “barca antiga” – aquela sem ar-condicionado – começa a corrida por um lugar na janela, em uma tentativa frustrada de amenizar o calor insuportável na ida para a cidade do Rio. Com o verão carioca ultrapassando os 40 graus, a travessia entre Niterói e Rio é um verdadeiro teste de resistência diário. Na manhã desta terça-feira (28), o deputado estadual Renan Jordy (PL) denunciou a situação nas redes sociais e cobrou respeito aos passageiros.

“É inadmissível que a CCR transporte pessoas nessas condições precárias. Já havíamos notificado a empresa sobre a necessidade de melhorias, mas os problemas persistem. O pior é que, quando há fiscalização, magicamente só aparecem as barcas novas”, afirmou Jordy. O parlamentar realizou uma vistoria ao longo do dia e constatou que, ciente de sua presença, a CCR só operou embarcações com ar-condicionado. “Durante o verão todas as barcas funcionam com ar-condicionado?”, questionou Jordy a um passageiro, que foi direto: “não mesmo”.

Enquanto isso, os relatos de quem sofre com o calor nas barcas se acumulam. A comerciante Júlia Neves, que trabalha no Centro do Rio, relatou sua frustração: “Essa semana deixei uma barca ir porque era da antiga. Esperei 20 minutos, pensando que a próxima seria melhor. Quando chegou, era outra sem ar. Perdi tempo e ainda tive que encarar o calor” afima.

 Morador de Niterói, o advogado Paulo Figueira faz o trajeto do Rio para Niterói às 8h e sente na pele a precariedade do serviço. “A gente entra e parece que está num forno. Não tem ventilação. Chego no trabalho com a camisa encharcada de suor. Todo mundo ali está no mesmo desespero, abanando com qualquer coisa que tiver. É humilhante pagar R$ 7,70 pra passar por isso” relata.

A CCR Barcas, que deixa a operação do trajeto em fevereiro, não respondeu às perguntas enviadas pelo Coisas da Política até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para atualização.

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