A sessão plenária desta terça-feira (29) na Câmara do Rio começou com embate entre o vereador Rafael Satiê (PL) e parte do público presente nas galerias. Vaiado após elogiar o evento “Família ao Pé da Cruz”, organizado pela Igreja Universal no Estádio do Maracanã, o parlamentar respondeu da tribuna e criticou o que classificou como intolerância religiosa.
Satiê destacou que a iniciativa reuniu mais de 60 mil pessoas e ocorreu sem uso de verbas públicas. Segundo ele, o encontro foi pacífico e organizado, em contraste com o que chamou de ataques frequentes à fé cristã em ambientes políticos. Ao citar denominações como Assembleia de Deus, Batista, Presbiteriana e Igreja Católica, afirmou que essas instituições atuam em áreas vulneráveis e prestam assistência social ignorada pelo poder público.
O vereador também rebateu críticas ao uso da tribuna para falar de religião. Disse que o Estado brasileiro é laico, mas não ateu, e defendeu a liberdade de culto como valor constitucional. Lembrou que o conceito de laicidade foi consolidado a partir de movimentos históricos ligados ao cristianismo.
Pastor evangélico e presidente da Comissão de Combate ao Racismo da Câmara, Satiê encerrou o discurso dizendo que não iria recuar diante das reações. Afirmou que seguirá defendendo o direito das igrejas atuarem livremente, “com respeito a todas as religiões”.
Logo após sua fala, o vereador Inaldo Silva (Republicanos) reforçou o apoio e também elogiou o evento religioso, que segundo ele mobilizou famílias e não causou nenhum transtorno.
O episódio ocorre duas semanas depois de Satiê ter sido alvo de ofensas racistas em plenário, quando foi chamado de “capitão do mato” por manifestantes contrários ao armamento da Guarda Municipal. O caso foi registrado na Decradi.