Galeria lotada, todos os vereadores presentes e um recado para Paes: a Guarda Municipal tem voz

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Guarda Municipal do Rio

A tarde começou com os vetos do prefeito Eduardo Paes (PSD) travando a pauta. Terminou com um grito vindo da galeria: “A guarda unida jamais será vencida!”. A frase se impôs como argumento de peso na primeira votação da emenda que libera o uso de armas de fogo pela Guarda Municipal.

Foi o tipo de sessão em que cada gesto conta. Guardas municipais acompanharam a sessão em peso da galeria, reagindo com aplausos, vaias e manifestações durante os discursos. Quando o placar cravou 43 votos favoráveis entre os 50 vereadores presentes, o que se ouviu não foi só comemoração. Foi uma catarse de quem, depois de anos de espera, sentiu que a porta finalmente se abriu.

A construção até aqui não foi simples. Antes do texto ser aprovado, o Executivo recuou duas vezes: primeiro ao tentar criar uma Força de Segurança paralela; depois, ao propor uma guarda remodelada por contratos temporários de até seis anos. O recado dos vereadores na Câmara foi claro: sem protagonismo da Guarda original, não tem conversa.

Agora, o que foi aprovado não impõe que as armas sejam usadas apenas em horário de serviço e ainda abre espaço para futuras leis complementares sobre o tema. O projeto não resolve todos os impasses, mas muda o eixo da discussão: a Guarda sai da espera e entra no centro da cena.

“A guarda foi subutilizada e desprezada pelo Executivo. Esse projeto é uma reparação e também uma defesa institucional”, disse Rafael Satiê (PL), que também criticou os desmandos de gestões anteriores: “Mandavam os guardas fazerem o que não era atribuição deles, e depois lavavam as mãos nas redes sociais.”

Fernando Armelau (PL) apontou o contraste entre os discursos sobre violência e o que de fato chega às ruas: “Falam contra política armamentista, mas não dizem nada quando o crime se arma com fuzil. A Guarda precisa de respaldo — e hoje teve.”

Se a próxima etapa — prevista para o dia 15 — repetir o tom desta terça, já dá para apostar: a tropa aprendeu a ocupar os espaços. Inclusive o político.

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