Em meio ao embate sobre a proposta que autoriza o uso de arma de fogo pelos agentes, a vereadora Maíra do MST (PT) resolveu desviar a pauta com um gesto — digamos — inusitado. Ofereceu ao colega Rogério Amorim (PL) um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). “Se quiser, eu te levo pra conhecer um assentamento, ajudar a distribuir marmita solidária”, disse, num tom que os microfones da Casa registraram com intensidade — e encerrado com uma batida sonora no próprio equipamento.
A resposta veio com o DNA do bolsonarista: “Dispenso. Eu não me misturo com vagabundo, invasor de terra e quem não respeita propriedade privada”, rebateu Amorim. E ainda mandou um recado com selo eclesiástico: “Sou católico. E a doutrina da Igreja não coaduna com o comunismo. A Igreja excomunga os comunistas.”
Mais do que um bate-boca ideológico, a cena selou o tom da oposição derrotada em plenário — que, sem os votos para impedir o avanço do projeto, apelou para o folclore parlamentar. O boné, por ora, segue sem cabeça. E o armamento da Guarda, aprovado com folga.