O plenário do Palácio Tiradentes teve ontem (22) um daqueles momentos que não passam despercebidos: o rapper Filipe Ret, um dos maiores nomes do hip-hop brasileiro, foi condecorado com a Medalha Tiradentes — a maior honraria do Legislativo fluminense — em uma cerimônia lotada de fãs e lideranças culturais. A proposta da homenagem partiu do deputado Yuri (PSOL), líder da bancada do partido na Casa, e teve coautoria de Dani Monteiro (PSOL).
Nascido no Catete, Ret transformou sua vivência urbana em trajetória artística independente, sem apadrinhamento, tornando-se referência nacional por sua autenticidade e impacto. “Essa casa não pode se fechar para as vozes da favela”, afirmou Yuri em discurso firme e emocionado, defendendo o protagonismo dos artistas que vêm da rua, da rima e da resistência.
“Fico muito grato por receber essa medalha. Os parlamentares precisam direcionar seus maiores esforços aos milhões de moradores de comunidades que lutam diariamente pela sua paz. O rap mudou a minha vida. Hoje busco levar um pouquinho de esperança, de força e arte para todos os lugares do Brasil”, declarou o homenageado.
Mais do que um gesto simbólico, a entrega da Medalha a Ret foi um ato político. Um puxão de orelha em setores que ignoram o poder de transformação da arte — e um recado claro: o hip-hop é resistência, é tecnologia social e também ocupa o Parlamento.
A cultura agradece.
