Parece que os brasileiros estão cada vez menos entusiasmados com o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira (5), a rejeição ao presidente atingiu a impressionante marca de 57%, consolidando-se como o maior índice desde o início de sua gestão.
Como se não bastasse, 66% dos entrevistados afirmaram que ele não deveria disputar a reeleição em 2026, um aumento em relação aos já preocupantes 62% registrados em abril.
O descontentamento não surge do nada. A insatisfação com o governo é alimentada por uma combinação de fatores que parecem ter sido cuidadosamente escolhidos para testar a paciência dos eleitores.
O déficit nas contas públicas cresce em ritmo acelerado, levando especialistas a se perguntarem se o cofre do governo é um buraco negro financeiro.
Os preços continuam subindo, especialmente nos setores de alimentos e combustíveis. Comprar a prometida picanha virou coisa de rico.
Além disso, a famigerada “taxa da blusinha” (tributação de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50), combinada ao ICMS de 17%, causou revolta entre consumidores que já tinham dificuldades para fechar o orçamento do mês.
Agora, até quem se atreve a fazer transações internacionais ou buscar crédito sente no bolso os efeitos da política tributária do governo, que também afasta investidores.
Como se a vida dos aposentados e pensionistas não estivesse difícil o suficiente, a descoberta de um esquema de fraude no INSS adicionou mais indignação à lista de problemas do governo.
Benefícios irregulares, pagamentos indevidos e falhas na fiscalização levantam dúvidas sobre a eficiência da gestão e deixam milhares de brasileiros preocupados com o futuro da previdência.
Como se não bastasse, as declarações controversas do presidente e da primeira-dama, Janja da Silva, também têm contribuído para a crescente rejeição.
Com uma rejeição em ascensão e um eleitorado cada vez mais resistente à ideia de sua reeleição, Lula enfrenta um desafio considerável para recuperar sua imagem.
Caso Lula resolva acatar o desejo da maioria e se aposentar, resta a dúvida. Esperar que o sistema previdenciário pague sua merecida aposentadoria pode ser tão incerto quanto a própria economia do país. Sorte dele que não precisa do INSS.
