STF vai retomar o julgamento da ADPF das Favelas no dia 26 de março

Jefferson Lemos
Deputados de oposição ao governo Lula prometem pressionar pela derrubada da ADPF 635, apontada como uma das principais causas do crescimento das facções criminosas no Rio de Janeiro. Em 2024, cerca de 700 fuzis foram apreendidos pela PM nas mãos do crime organizado

Deputados estaduais e da bancada do Rio em Brasília, de oposição ao governo Lula, prometem pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) no sentido de derrubar a ADPF 635, que restringe as ações da polícia nas favelas e é apontada pelo CNJ como uma das principais causas da expansão do crime organizado no Rio de Janeiro e da consequente escalada da violência no Estado. A retomada do julgamento foi marcada para o dia 26 de março.

O julgamento foi suspenso no mês passado, quando o relator da ação, ministro Edson Fachin, votou para manter as restrições às operações. Na ação, que foi protocolada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), a Corte proibiu o uso de aeronaves e obrigou o uso de câmeras corporais nas fardas dos policiais e nas viaturas, além da determinação de aviso antecipado das operações para autoridades das áreas de saúde e educação a fim de proteger escolas e unidades de saúde de tiroteios entre policiais e criminosos. Esses locais, no entanto, vêm sendo utilizados pelo crime como esconderijo de bandidos,  drogas, armas e até de veículos roubados.

Segundo o governador Cláudio Castro (PL), este aviso antecipado tem permitido o vazamento das operações para o crime organizado além de colocar a vida dos policiais em risco. Com o vazamento, o efeito surpresa deixa de existir, permitindo que os criminosos se organizem, ocupando áreas estratégicas para receber os policiais com tiros de fuzis e granadas. Também permite o reforço das barricadas que dificultam o acesso aos territórios ocupados pelas facções criminosas. Para se ter ideia do poderio bélico dos bandidos, apenas no ano passado a PM apreendeu cerca de 700 fuzis nas mãos do crime organizado.

Ao proferir voto definitivo (mérito) sobre a questão, Fachin reafirmou diversas determinações para atuação da PM durante as operações. Com a retomada do julgamento, mais dez ministros vão proferir seus votos.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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