Novo Código Eleitoral passa por última comissão do Senado nesta semana para ir a plenário até fim do mês

Jefferson Lemos
A votação do Novo Código Eleitoral (PLP 112/2021) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), está marcada para quarta-feira, 9 de julho, às 9h (Carlos Moura/Agência Senado)

O Senado Federal se prepara para um dos momentos mais decisivos da atual legislatura: a votação do Novo Código Eleitoral (PLP 112/2021) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), marcada para quarta-feira, 9 de julho, às 9h. A proposta, que consolida e atualiza sete leis eleitorais e partidárias, pode redefinir as regras do jogo político já para as eleições de 2026.

O que está em jogo

O projeto, relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), recebeu 354 emendas e passou por três audiências públicas.

A expectativa é que o parecer final seja protocolado até terça-feira (8), permitindo que os senadores analisem o texto antes da votação.

Se aprovado na CCJ, o texto segue para o Plenário e, posteriormente, retorna à Câmara dos Deputados, já que sofreu alterações no Senado.

IA sob vigilância

Em resposta ao avanço das tecnologias, o texto propõe restrições severas ao uso de inteligência artificial nas campanhas eleitorais. Entre os dispositivos:

  • Proibição de simulações de voz ou imagem de pessoas vivas ou falecidas, mesmo com autorização.
  • Regras para o uso de influenciadores, robôs e perfis falsos nas redes sociais.
  • Penalidades para disseminação de fake news e manipulação de conteúdo com IA2

Representatividade feminina ganha força

Um dos pontos mais simbólicos da proposta é a reserva de 20% das cadeiras legislativas para mulheres por um período de 20 anos. A medida vale para a Câmara dos Deputados, assembleias estaduais, câmaras municipais e a Câmara Legislativa do DF2.

“Essas mulheres servirão de exemplo e modelo para outras mulheres. Com o tempo, não precisarão mais dessas cotas”, afirmou o relator Marcelo Castro.

Outros pontos polêmicos

  • Quarentena de dois anos para juízes, promotores e policiais que desejem disputar eleições.
  • Regras mais rígidas para pesquisas eleitorais e propaganda em templos religiosos, que dividem opiniões entre parlamentares.
  • Críticas da oposição sobre suposta “censura” em dispositivos que combatem desinformação.

Corrida contra o tempo

Para que as novas regras tenham validade em 2026, o Congresso precisa aprovar o projeto até 3 de outubro de 2025, conforme determina a Constituição. A expectativa de Castro é que o Senado conclua sua parte ainda em julho.

 

 

Compartilhe Este Artigo
Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress