Tropa de Lula não vale um Nikolas

Jefferson Lemos
Se depender da "tropa de choque" que escalou para rebater o discurso de Nikolas Ferreira com críticas ao seu governo no escândalo do INSS, o presidente Lula não se elege nem para síndico. Vídeo do deputado bolsonarista viralizou com mais de 130 milhões de visualizações em apenas 24 horas, enquanto as publicações de ministros e aliados de Lula não atingiram 5,5 milhões, o que representa menos de 4%.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um novo desafio político com a repercussão do escândalo bilionário envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.

A crise ganhou força nas redes sociais após o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) publicar um vídeo denunciando o caso, que rapidamente ultrapassou 100 milhões de visualizações em 24 horas.

A resposta do governo, por meio de ministros e aliados, teve um alcance significativamente menor, com vídeos explicativos registrando apenas 5 milhões de visualizações.

A tentativa de conter os danos incluiu pronunciamentos de figuras como Gleisi Hoffmann, Jorge Messias e Vinícius Carvalho, que buscaram sem sucesso desmentir as acusações, descontextualizando o problema para alegar que as fraudes começaram em gestões anteriores.

No entanto, a baixa adesão às respostas oficiais evidencia a dificuldade do governo em competir no ambiente digital, onde Nikolas Ferreira tem se consolidado como um dos principais porta-vozes da oposição.

Os números mostram um contraste significativo:

  • Nikolas Ferreira (deputado federal – PL-MG): 134 milhões de visualizações.

 

  • André Janones (deputado federal – Avante – MG): 3,7 milhões
  • Vinícius Carvalho (ministro da Controladoria-Geral da União): 965,2 mil visualizações.
  • Lindbergh Farias (deputado federal – PT-RJ): 534 mil.
  • Gleisi Hoffmann (ministra da Secretaria de Relações Institucionais): 203,6,6 mil visualizações.

Nikolas, implacável como sempre

No vídeo, Nikolas Ferreira denuncia o esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, classificando-o como o “maior escândalo da história do Brasil”.

Ele utiliza um efeito visual para se parecer mais velho, em alusão aos aposentados que foram vítimas da fraude.

O deputado argumenta que o governo Lula não tomou medidas eficazes para investigar o caso e pede a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Ele também rebate a narrativa de que as fraudes começaram no governo Bolsonaro, alegando que, segundo relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), grande parte das denúncias surgiu durante a atual gestão.

Veja o vídeo:

https://www.instagram.com/p/DJVGbeTx7Yg/?hl=pt-br

O maior escândalo do país

Além da batalha nas redes, o escândalo do INSS intensificou o desgaste da imagem de Lula, que já enfrentava desafios com a demissão do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), após revelações sobre a falta de ação do governo diante dos alertas sobre os descontos indevidos.

O caso reacende comparações com a Operação Lava Jato, que também impactou a popularidade do presidente no passado.

Embora Lula tenha conseguido anular condenações relacionadas à Lava Jato, o fantasma da corrupção continua a ser um fator de desgaste político.

Oposição quer CPI

Com a oposição pressionando pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso, o governo busca minimizar os danos e recuperar a confiança da população.

No entanto, a dificuldade em controlar a narrativa nas redes sociais e a crescente insatisfação popular indicam que o caminho para a recuperação política não será moleza.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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