Picanha cada vez mais salgada

Jefferson Lemos
Preço da carne bovina subiu 15,6% só no último ano e churrasco com cerveja prometido por Lula durante a campanha pelo visto vai continuar no papel. Enquanto preços sobem, a popularidade do presidente cai, ameaçando cada vez mais a sua reeleição (Divulgação)

O preço da picanha, símbolo da campanha eleitoral do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, registrou um aumento de 15,6% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (9).

Durante a corrida presidencial de 2022, Lula prometeu que os brasileiros voltariam a desfrutar do tradicional churrasco com cerveja, mas a alta nos preços dos alimentos tem dificultado esse cenário.

Além da picanha, outros cortes bovinos também sofreram reajustes expressivos.

O patinho subiu 24%, enquanto o acém ficou 25% mais caro.

A inflação dos alimentos tem sido uma das principais preocupações do governo, que busca sem sucesso alternativas para conter a escalada dos preços.

Medidas como a isenção do imposto de importação sobre alguns produtos foram anunciadas, mas não tiveram impacto significativo.

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Preços sobem, popularidade cai

A alta dos preços tem refletido diretamente na popularidade do presidente. Pesquisas recentes indicam que 71% dos brasileiros acreditam que Lula não está cumprindo as promessas de campanha.

Rombo fiscal não para de crescer

Outro desafio do governo é o rombo fiscal, que atingiu R$ 1,128 trilhão, um dos maiores da história recente.

A inflação segue pressionando os brasileiros, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulando 5,48% em março.

O governo tem enfrentado dificuldades para equilibrar as contas públicas e conter a alta dos preços.

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Lembra da taxa das blusinhas?

Além disso, a chamada “taxa das blusinhas”, que impôs um imposto de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, gerou desgaste para o governo.

A medida, que entrou em vigor há seis meses, impactou diretamente consumidores de baixa renda e reduziu as compras internacionais em mais de 40% no primeiro mês de vigência.

Diante desse cenário, o governo busca alternativas para reverter a queda na popularidade e conter os impactos da inflação.

A expectativa do governo, por ironia, é que a supersafra agrícola prevista para este ano e a valorização do real frente ao dólar possam aliviar os preços dos alimentos nos próximos meses.

No entanto, os desafios econômicos continuam a ser um obstáculo para o cumprimento das promessas feitas durante a campanha, que pelo visto, vão continuar no papel.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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