Durante a oitava reunião da CPI das Câmeras da Alerj, realizada nesta segunda-feira (17), a superintendente-adjunta da Receita Federal, Monica Paes Barreto, anunciou que irá solicitar acesso às quebras de sigilo bancário de associações e cooperativas de proteção veicular sob suspeita de sonegação fiscal.
Suspeitas de fraude e uso de laranjas
Segundo Monica, a Receita ainda não tinha dimensão das irregularidades atribuídas às entidades. “Já vamos pedir vistas para a Comissão, para começar a estudar o assunto e encaminhar à nossa área. Temos a divisão de programação, que é quem analisa todos esses indícios”, afirmou. Ela destacou que os pedidos formais aos bancos costumam ter alta taxa de acerto.
Os parlamentares da CPI acreditam que essas cooperativas atuam, na prática, como empresas, mas sem cumprir as obrigações tributárias correspondentes. O deputado Alan Lopes (PL) foi categórico: “Acho que vocês vão ter bastante trabalho, porque é complexo. O caso é grande, não é pequeno. Até eu mesmo me assustei e cheguei a duvidar do que vimos”.
Rastreamento financeiro será crucial
Lopes reforçou que apenas com a quebra de sigilo será possível seguir o rastro do dinheiro e entender o alcance do suposto esquema. “Tenho grande confiança de que o trabalho dos senhores será fundamental para que esta CPI chegue a um resultado positivo”, declarou.
Esquema envolveria familiares e empresas de fachada
O presidente da Comissão, deputado Alexandre Knoploch (PL), foi além: apontou que os casos envolvem o uso sistemático de laranjas e empresas de fachada. “Vimos até bufês fornecendo serviços para essas associações, sempre ligados a familiares e, obviamente, com valores altos”, denunciou.
Segundo Knoploch, o modelo consiste em usar as associações como fonte de recursos para empresas controladas pelos mesmos responsáveis, permitindo a distribuição de lucros por meio de estruturas paralelas.
A Receita Federal agora assume papel central na investigação, e os desdobramentos prometem esquentar os próximos capítulos da CPI.
