Durante sessão na Câmara Municipal nesta terça-feira (19), o vereador Rogério Amorim (PL) fez um pronunciamento inflamado ao pedir um minuto de silêncio pela morte do tenente da Polícia Militar Jonathan Francisco da Silva, de 34 anos, assassinado no último sábado (15) durante uma operação na comunidade Beira Rio, no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O oficial, lotado no 31º BPM, foi atingido por disparos de fuzil durante um cerco tático contra criminosos armados. Socorrido com vida ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, não resistiu aos ferimentos. A região onde ocorreu o confronto é dominada por milicianos, segundo a Secretaria de Estado de Polícia Militar.
Em tom de indignação, Amorim criticou o que chamou de “silêncio seletivo” de instituições e setores da sociedade civil diante da morte do policial negro. “Não teve pedido do Ministério Público para apurar a causa da morte. A Defensoria Pública não fez estardalhaço. O STF não veio ao Rio pedir as câmeras de segurança. A OAB não gravou vídeos no velório. Nenhum pronunciamento de direitos humanos. Porque era um policial?”, questionou o parlamentar.
O vereador também apontou o que considera uma disparidade de reações públicas: “Quando bandidos entram em confronto com a PM e são eliminados, há gritaria. Mas agora, com um policial negro assassinado, ninguém se manifesta. Essa vida de negro não vale?”, disparou.
Amorim ainda criticou a postura do presidente da República, sem citá-lo nominalmente, por, segundo ele, “se recusar a classificar como terroristas as facções que dominam o Rio e outros estados, tratando-os como vítimas do usuário”.
O corpo do tenente Jonathan foi sepultado no domingo (16), no Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, sob honras militares e forte comoção de familiares, amigos e colegas de farda.
A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) investiga o caso. Até o momento, um suspeito foi encontrado ferido no local e um fuzil foi apreendido.
