O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) está tentando impedir o retorno da obrigatoriedade do extintor de incêndio em automóveis, para que o dinheiro no bolso nos motoristas não vire cinzas. Projeto que retoma a exigência já está pronto para ser votado no plenário do Senado neste ano, após o fim o recesso. O projeto tramita na Casa sob a forma do PLC 159/2017.
Durante a votação do projeto na Comissão de Fiscalização e Controle (CTFC), em novembro passado, Flávio Bolsonaro se manifestou contrariamente à volta dos extintores, já que trará mais ônus para os proprietários dos veículos. O senador defendeu a manutenção das regras atuais, pelas quais a presença do extintor no carro é opcional. “Minha tendência é sempre me posicionar a que algo desse tipo seja facultativo, em vez de impositivo, por consciência minha como cidadão”, declarou Flávio Bolsonaro, na ocasião.

Durante a discussão da pauta no Senado, parlamentares contrários à volta do extintor apontavam um possível lobby da indústria de extintores pela aprovação da matéria. Foi citado levantamento feito no ano 2000, mostrando que na época em que o extintor era obrigatório o equipamento quase não era usado durante os incêndios. Dos 2 milhões de sinistros cobertos pelas seguradoras brasileiras de veículos naquele ano, 800 foram incêndios, mas só em 24 casos os extintores foram utilizados, ou seja, em 3% deles.
Além disso, são poucos os motoristas que realmente sabem usar o extintor, além de não haver preparo técnico nem emocional para isso. O fato é que quando há fogo no automóvel, as pessoas devem sair do carro e ficar longe dele para preservar suas vidas, deixando para os bombeiros a tarefa de apagar o incêndio.
A obrigatoriedade do extintor em carros de passeio e veículos utilitários foi extinta em 2015 por uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito. Na época, uma das razões apresentadas para a decisão foi a evolução tecnológica dos sistemas de segurança. O extintor, porém, continua sendo exigido em caminhões, veículos de transporte de produtos inflamáveis e veículos de transporte coletivo.
- Com Agência Senado/Imagens/Cristino Martins – Ag.Pará/Jefferson Rudy – Ag. Senado.