Neste domingo (21/09), Copacabana será palco de mais uma manifestação organizada por movimentos de esquerda, desta vez contra a anistia e a chamada “PEC das Prerrogativas”, que visa garantir prerrogativas parlamentares e proteger a independência dos poderes. O ato, marcado para as 14h na altura do Posto 5, contará com a presença de figuras consagradas da música brasileira, como Caetano Veloso, Chico Buarque e Gilberto Gil.
A proposta, que exige autorização do Congresso para que parlamentares sejam processados, tem sido alvo de críticas por parte de artistas que se dizem defensores da democracia e da liberdade de expressão. No entanto, essa mobilização reacende um debate incômodo: por que a mesma classe artística permanece em silêncio diante de escândalos como o do INSS que afetam milhões de brasileiros?
Silêncio seletivo diante de crises reais
Enquanto artistas se posicionam contra a PEC das Prerrogativas, temas que afetam diretamente milhões de brasileiros — como o desvio bilionário de recursos do INSS, o aumento do preço dos alimentos, o avanço do crime organizado, o descontrole fiscal e o colapso nos serviços públicos — não têm gerado a mesma comoção nas redes sociais ou nos palcos da cultura nacional.
A indignação parece ter um filtro ideológico. Quando os interesses ou a imagem do governo que mais investe na cultura estão em jogo, a crítica desaparece. A arte, que deveria ser expressão livre e independente, corre o risco de se tornar instrumento de conveniência política.
