Fila do INSS bate recorde e expõe desinteresse do governo em meio ao rombo fiscal

Jefferson Lemos
Demora na liberação dos benefícios levanta questionamentos sobre a real intenção do governo em resolver a crise, visto o impacto que terá sobre o rombo fiscal. Espera dobrou nos últimos 12 meses em meio ao escândalo de fraude bilionária envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões e afunda ainda mais imagem do presidente Lula (Reprodução)

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) enfrenta uma crise sem precedentes, com a fila de espera para benefícios atingindo 2,678 milhões de requerimentos em abril de 2025. O número representa um aumento de 91% em relação ao mesmo período de 2024, quando havia 1,4 milhão de solicitações.

O crescimento exponencial ocorre em meio ao escândalo de fraude bilionária envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões, que já levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi.

A situação tem gerado forte desgaste para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já enfrenta críticas devido ao impacto da fraude sobre aposentados e pensionistas. O Palácio do Planalto analisa pesquisas que indicam que a crise já reflete negativamente na imagem do presidente.

A oposição, por sua vez, intensifica a pressão, exigindo explicações e cobrando medidas mais eficazes para solucionar o problema.

Além do impacto social, há preocupações sobre os efeitos econômicos da liberação dos benefícios represados. Segundo um levantamento da XP Investimentos, o pagamento dos valores em atraso para 1,3 milhão de pedidos pode gerar um impacto de R$ 6 bilhões.

Já o custo dos benefícios regulares em 12 meses pode chegar a R$ 27 bilhões, embora, considerando restrições e negativas, o impacto real fique em torno de R$ 14 bilhões.

Para críticos, a demora na liberação dos benefícios pode ser uma estratégia para conter gastos, o que levanta questionamentos sobre a real intenção do governo em resolver a crise.
Enquanto isso, aposentados e pensionistas aguardam respostas e soluções concretas.

O governo anunciou medidas de ressarcimento para os prejudicados pela fraude, mas ainda há incertezas sobre o prazo e a abrangência dos pagamentos. A expectativa é que a CPI mista do INSS avance no Congresso, aprofundando as investigações e aumentando a pressão sobre o governo.

A crise do INSS se soma a outros desafios enfrentados pelo governo Lula, que busca minimizar os danos políticos e econômicos enquanto tenta recuperar a confiança da população.

O desenrolar dos próximos meses será crucial para definir os rumos da Previdência Social e o impacto dessa turbulência na gestão petista.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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