No mesmo dia em que realizou seu chá de bebê na Alerj, a deputada Renata Souza (PSOL) protocolou projeto de lei na Casa que obriga hospitais e clínicas a fornecer atestado a acompanhantes de grávidas durante consultas e exames. A medida visa permitir que os pais também participem desses importantes momentos da vida das mulheres.
A deputada conta que por não haver previsão legal, chegam em seu gabinete muitos relatos de que o pedido de atestado de comparecimento do acompanhante é negado pelo fato das gestantes não se enquadrarem como “enfermas” ou “incapazes”.
“Muita mulher gestante deixa de ter um acompanhante porque ele não consegue justificar no trabalho a falta”, explica Renata.
A proposta não deve enfrentar resistência na Alerj, que recentemente aprovou uma outra lei de autoria da deputada beneficiando as grávidas. Trata-se da Lei Rubi, apelidada pelos colegas da Casa com o nome da bebê de Renata em sua homenagem. Essa lei concedeu a todas as deputadas o direito à licença-maternidade.
Chá de bebê
Sobre o chá de bebê na Alerj, a deputada Renata Souza avalia que ele não apenas humaniza a Casa Legislativa, que historicamente não tem mulheres em número significativo, como também lembra a importância de tê-las e de “acolher bem as suas crias”.
Mãe pela primeira vez, Renata relata que a sensação é de desafios diários.
“Ter dois corações batendo no meu corpo é de fato muito divino. É muito interessante porque você vê a capacidade do seu corpo gerar outra vida. Isso para mim tem sido muito bonito”, diz emocionada.
A deputada conta que estar no parlamento nesta condição serviu também para abrir seu horizonte sobre a necessidade de leis que garantam uma maternidade segura para as mulheres e uma paternidade que possa ser exercida de forma responsável.
“Estar parlamentar e grávida me abriu os olhos para as dificuldades que as mulheres gestantes têm, seja com a violência obstétrica, com o acesso a serviços de saúde como o pré-natal e os exames necessários nesse acompanhamento essencial para a saúde do bebê, como também na hora do parto e no pós-parto. Porque essa mulher no pós-parto precisa continuar sendo cuidada”, destaca Renata, lamentando que as políticas públicas nesse campo ainda sejam pouco eficazes para evitar a mortalidade materna e o risco para os bebês.