Lula amarga pior avaliação de seu governo

Jefferson Lemos
Pesquisa da Quaest realizada neste início de ano e que acaba de sair do forno nesta segunda (27) mostra que a popularidade do presidente petista continua em queda, despencando 5 pontos percentuais em relação ao último levantamento

Definitivamente, Lula entrou em 2025 com o pé esquerdo. Pesquisa da Quaest realizada neste início de ano e que acaba de sair do forno nesta segunda (27) mostra que a popularidade do presidente petista continua em queda, despencando 5 pontos percentuais em relação ao último levantamento, de dezembro. Entre as causas da impopularidade está a falta de palavra do presidente. Para 65% dos entrevistados Lula não está cumprindo o que prometeu durante sua campanha.

“Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em jan/25: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, avalia o cientista político Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Além disso, pesquisa também mostra que a percepção da população sobre a economia continua nada otimista. Apenas 25% reconhecem que a economia melhorou no último ano. Segundo a pesquisa, grande parte dessa percepção negativa sobre a economia vem do alto preço dos alimentos, que para 83% dos brasileiros ouvidos pela Quaest subiu no último mês – o maior percentual da série histórica.

E para piorar, a solução especulada pelo governo para lidar com a alta dos alimentos não foi bem recebida: 63% dos brasileiros são contrários a mudança no sistema de validade dos alimentos. “Ou seja, se a medida foi pensada para buscar popularidade, o tiro saiu pela culatra”, avalia Felipe Nunes.

A maior queda na aprovação do governo Lula foi registrada justamente entre a população mais carente, que ele prometeu defender. Caiu cinco pontos percentuais entre o eleitorado de renda baixa e 7% entre o de renda média. “Os anúncios feitos pelo governo para atingir quem ganha até 5 salários não parecem surtir o efeito esperado”, destaca o especialista.

A pesquisa divulgada nesta segunda é a primeira desde a crise do Pix, que desgastou ainda mais a popularidade do presidente, como mostra o levantamento. “Quando perguntamos diretamente, 66% dos brasileiros acreditam que o governo federal errou mais do que acertou diante da polêmica do PIX. Não há o que discutir, parte do problema foi criado dentro do próprio governo”, afirmou o diretor da Quaest, dizendo que será preciso mais do que uma mudança de comunicação para mudar a rota desses indicadores.

Prova disso é que o volume de notícias negativas sobre o governo voltou a se sobressair sobre as notícias positivas. O patamar de jan/25 é parecido com o de mar/24 quando declarações sobre a guerra em Gaza, as eleições venezuelanas e na área da segurança prejudicaram o governo.

Aliás, a violência é apontada pelos entrevistados como o principal problema do Brasil, com 26% (era 20% em dezembro). Depois aparecem na sequência as questões sociais, 23% (eram 18%); a economia: 21% (eram 21%); a saúde: 14% (eram 15%); a corrupção: 8% (eram 9%);e a educação: 8% (eram 8%).

Como se não bastasse, a deterioração da aprovação do governo aconteceu com mais força na região Nordeste, maior reduto eleitoral petista do país. Em apenas um mês, o governo perdeu quase 10 pontos de aprovação. No Sul, o governo perdeu 7 pontos. É o pior resultado do governo nas duas regiões.

A Quaest ouviu 4,5 mil pessoas entre os dias 23 e 26/01.O nível de confiabilidade do levantamento é de 95% e a margem de erro é de 1 ponto percentual. A pesquisa foi encomendada pela Genial Investimentos.

 

 

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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