O site COISAS DA POLÍTICA começa a publicar nesta quinta-feira (29) uma série de entrevistas exclusivas com os candidatos a vice-prefeito do Rio. As mesmas perguntas, sobre temas que preocupam os cariocas, foram feitas para todos os candidatos.
As entrevistas serão publicadas em ordem alfabética levando-se em conta o nome dos candidatos. O primeiro da lista é o empresário do ramo de tecnologia Alexandre Popó, vice na chapa puro-sangue de Carol Sponza (Novo).
- Confira amanhã a entrevista com o deputado estadual Fred Pacheco (PMN), vice de Rodrigo Amorim (União).
Vice do Novo no Rio propõe criação de Bope da Guarda para combater o crime
Em entrevista ao site COISAS DA POLITICA, o candidato Alexandre Popó disse que pretende armar a Guarda Municipal e criar dentro da corporação forças especiais nos moldes da Core e da Tropa de Elite da PM, como forma de ajudar o estado a combater a criminalidade na capital. Confira este e outros assuntos a seguir:
COISAS DA POLÍTICA – Pesquisas mostram que o Rio figura entre as piores cidades do mundo em qualidade de transporte público. Os engarrafamentos são constantes e as pessoas perdem horas no trânsito. Dá para resolver a questão da mobilidade na cidade? A Avenida Brasil tem jeito?
ALEXANDRE POPÓ – Claro que sim, o trem tem uma capacidade de até 70 mil passageiros por hora/sentido, enquanto a capacidade do BRT é 11 vezes menor. Fica claro que o BRT é uma solução para corredores com demandas menores. No caso da Avenida Brasil, duas vias confinadas são um absurdo. Os ônibus intermunicipais e da periferia deveriam entrar na mesma “calha” do BRT e baldear os passageiros nas estações circundantes, funcionando como linhas alimentadoras. Nas proximidades onde haja linha férrea, os passageiros devem baldear nas estações de trem, conectando os modais. Hoje, a segunda via confinada serviria de ligação expressa ponta a ponta para carros particulares com 4 pessoas, o que estimula o transporte solidário e diminui o fluxo de carros e ônibus normais que hoje cruzam toda a Avenida Brasil. São três ramais ferroviários circundantes. O sistema ferroviário é o mais adequado para atender à demanda de transporte na região, que é de responsabilidade do governo do Estado. O carioca paga de subsídio (segundo as palavras do Prefeito, se estiver falando a verdade!) cerca de 200 milhões por ano ao sistema municipal. O Estado também subsidia os sistemas sob sua responsabilidade. Cabe aos prefeitos, ao governador e às empresas de transporte envolvidas buscarem uma solução para implementar o bilhete único fluminense, integrando todos os modais do Grande Rio nos moldes de Lisboa, Paris, Madrid e, aqui do lado, São Paulo. A obra da estação Gávea do metrô é uma brincadeira de 10 anos. A Secretaria Municipal de Integração serve apenas para beneficiar cabos eleitorais a serviço da reeleição do prefeito e pavimentar sua candidatura a governador em 2026. Uma parceria público-privada (PPP) bem estruturada garantiria a segurança (física e jurídica) necessária para a operação e melhoria da eficiência do transporte em toda a região metropolitana.
COISAS DA POLÍTICA – O Rio sofre com áreas controladas pelo crime, com roubos e furtos, arrastões etc. O que a prefeitura pode fazer pela segurança pública na cidade?
ALEXANDRE POPÓ – Hoje, a maior dor do carioca é o medo da violência. Nossa cidade está paralisada: o turismo e a indústria não se desenvolvem, os pequenos negócios enfrentam extorsões e o transporte público está comprometido. O governo não pode ser conivente com o crime organizado. Precisamos adotar a teoria da “vidraça quebrada” no que tange à ordem pública e a política de “tolerância zero” com qualquer atividade criminosa. A Guarda Municipal do Rio de Janeiro deve ser treinada para se transformar gradualmente em uma Polícia Municipal, com destacamentos armados e Forças Especiais (FE) ainda mais especializadas para garantir o desenvolvimento social e econômico da cidade. Além disso, a Prefeitura deve atuar de forma agressiva contra o crime organizado, com inteligência para sufocar suas fontes de financiamento, como construções irregulares e transporte clandestino, entre outros pontos que estão sob a jurisdição municipal.
COISAS DA POLÍTICA – Você é a favor de armar a guarda municipal e transformá-la em polícia municipal?
ALEXANDRE POPÓ – Sim, sou a favor de armar a Guarda Municipal e transformá-la em polícia municipal, além de treinar Forças Especiais nos moldes da CORE e do BOPE, para não depender exclusivamente de um Estado que também é inerte e complacente com o crime organizado. Considero essencial aumentar, treinar e armar uma nova polícia municipal para melhorar a segurança e a capacidade de resposta das autoridades locais, realizando um novo concurso, visto que o último ocorreu há mais de 10 anos, para garantir um corpo de profissionais bem treinados e atualizados.
COISAS DA POLÍTICA – A população de moradores de rua, muitos deles usuários de drogas, não para de crescer na cidade. De quem é a culpa? E o que fazer para resolver esta questão?
ALEXANDRE POPÓ – A responsabilidade pela crescente população de moradores de rua, muitos dos quais enfrentam problemas com drogas, recai sobre a Secretaria de Assistência Social, que historicamente tem sido administrada por grupos políticos em troca de alianças, demonstrando total incompetência. Os abrigos da Prefeitura não realizam a triagem adequada e encontram-se em condições precárias. É necessário um gerenciamento mais eficiente e uma reestruturação dos serviços oferecidos para garantir um suporte adequado e efetivo para essa população.
COISAS DA POLÍTICA – Algumas categorias de servidores têm se mostrado insatisfeitas, cobrando reajustes, implantação dos planos de cargos e salários e paridade com outras. Por outro lado, reclamam da máquina administrativa inchada por cargos comissionados. Como resolver o impasse?
ALEXANDRE POPÓ – Para resolver o impasse, é essencial adotar uma abordagem equilibrada. Primeiro, é necessário dialogar com as categorias de servidores para entender suas reivindicações, como reajustes e planos de cargos e salários, e buscar soluções viáveis dentro das limitações orçamentárias. Paralelamente, deve-se revisar a estrutura administrativa para identificar e reduzir cargos comissionados desnecessários, promovendo uma máquina administrativa mais eficiente e econômica. Essa revisão deve incluir a implementação de medidas de transparência e meritocracia, garantindo que a alocação de recursos e cargos seja feita de forma justa e eficaz. A solução passará por um compromisso com a equidade e a eficiência, beneficiando tanto os servidores quanto a administração pública.
COISAS DA POLÍTICA – Caso sua chapa seja eleita, qual será seu papel ao lado do prefeito? Pretende assumir alguma secretaria? Qual será sua atuação no governo? O que foi negociado?
ALEXANDRE POPÓ – Caso minha chapa seja eleita, meu papel será apoiar a prefeita e colaborar para servir ao carioca da melhor forma possível. Meu foco será trabalhar em conjunto com a prefeita para garantir a eficiência e o bem-estar da nossa cidade. Deveremos implementar um Gabinete Móvel, nos moldes de Joinville, para facilitar a interface entre a população e o Executivo.