Após receber críticas de Eduardo Paes (PSD) sobre a segurança pública do Estado, durante um evento de campanha do prefeito nesta quarta (28), o governador Cláudio Castro (PL) não se deixou abalar e rebateu duramente o alcaide, que tenta se reeleger atirando para todos os lados.
“Ele é o maior traidor da história da política, porque traiu o PSDB. Depois se aliou ao PT, depois traiu o PT. O deputado dele [Pedro Paulo] votou pelo impeachment da Dilma. Depois traiu o Temer, depois traiu todo mundo. Traiu Cabral, traiu Pezão e por último, agora, traiu Pedro Paulo, tirando ele de vice. É, o Eduardo é assim mesmo”, disparou Cláudio Castro, dando a entender que não esperava que o prefeito agisse de forma diferente com ele.
“Mais uma vez Eduardo Paes mostrando quem é… Até outro dia ele me elogiava, pediu o meu apoio quando eu salvei a prefeitura com o dinheiro da Cedae…. Eu botei R$ 5 bi no caixa dele. Acho que fiz a prefeitura andar, ajudei um pouquinho a prefeitura a não ter déficit. Fora isso é empréstimo. Então é fácil tocar a prefeitura endividando e os outros botando dinheiro. Tem que sair da internet um pouco e começar a trabalhar”, provocou o governador.
Durante a campanha, Eduardo Paes tem sido atacado duramente pela oposição, que o acusa de lavar as mãos no combate à criminalidade no Rio. O prefeito tenta se defender jogando a culpa sobre o governador. Mas além de não mexer uma palha para transformar a guarda em polícia municipal, como fez a prefeitura de grandes cidades no País, Paes é criticado por usar a corporação apenas para reprimir os camelôs e multar motoristas, enquanto os bandidos agem livremente pela cidade nas barbas do poder municipal.
Sobre os ataques diretos de Eduardo Paes à política de segurança pública do Estado, Cláudio Castro lembrou que o prefeito convidou o ex-comandante geral da PM Luiz Henrique Pires para chefiar a recém-criada Assessoria Especial de Integração e Políticas de Segurança Pública.
“Ele contratou o secretário, que foi o que ficou mais tempo, para o gabinete dele. Então acho que é mais uma vez o Eduardo Paes com a sua coerência seletiva. Ele critica uma coisa e contrata um cara que era o responsável? Não consigo entender a crítica dele. Basta ele me dizer qual é a delegacia ou o batalhão que pertence a algum deputado. Incoerente é a pessoa que faz a crítica e depois contrata a pessoa para o seu gabinete pessoal”, alfinetou o governador.
Apesar das trocas de farpas, Cláudio Castro quis deixar claro que ideologias partidárias não pode atrapalhar o diálogo. Enquanto o governador é aliado de Bolsonaro, Paes é apoiado pelo presidente Lula.
“A questão do prefeito Eduardo Paes é que nós nunca fomos do mesmo grupo político. Não somos. Eu, na eleição [de 2022], apoiei um candidato e ele apoiou o outro. Estamos fazendo operações conjuntas. Então o prefeito e o governador vão dialogar sempre. Entendo o calor eleitoral. O Eduardo Paes é mestre em calor eleitoral”, ironizou.