Câmara discute regulamentação que pode transformar motoristas de aplicativo em MEIs

Jefferson Lemos
Com milhões de brasileiros dependendo das plataformas digitais para gerar renda, a regulamentação pode representar um divisor de águas entre a informalidade e a segurança jurídica (Arquivo/Agência Senado)

Na próxima terça-feira (30), às 15h, deputados federais se reúnem no Plenário 3 da Câmara para debater uma proposta que pode mudar radicalmente o futuro dos motoristas de aplicativo no Brasil: o Projeto de Lei Complementar 152/2025, que prevê a formalização desses profissionais como Microempreendedores Individuais (MEIs).

Audiência pública reúne parlamentares e especialistas

A audiência foi solicitada pelos deputados Daniel Agrobom (PL-GO), Dr. Fernando Máximo (União-RO), Augusto Coutinho (Republicanos-PE) e Leo Prates (PDT-BA). Eles defendem que o enquadramento como MEI pode garantir direitos básicos aos trabalhadores, como acesso à Previdência Social, regime tributário simplificado e proteção contra penalidades abusivas.

Direitos previstos no projeto

O texto em análise propõe que motoristas e entregadores por aplicativo tenham garantidos:

– Proibição de taxas e descontos não autorizados por lei;
– Recebimento integral das gorjetas;
– Proteção contra punições por desconexão ou recusa de serviços, desde que previstas em contrato ou legislação;
– Inclusão obrigatória na Previdência Social como contribuintes individuais.

Contrato formal e fim da exclusividade

A proposta também exige contrato escrito entre trabalhador e plataforma, detalhando direitos, deveres e formas de pagamento. Além disso, proíbe a imposição de jornada mínima ou exclusividade, preservando a autonomia dos profissionais.

MEI como caminho para a formalização

Segundo Daniel Agrobom, a atividade de motorista já está entre as ocupações permitidas para o MEI. “Podemos e devemos analisar com responsabilidade a possibilidade de ampliarmos os incentivos do MEI para motoristas de aplicativos”, afirmou o deputado.

Impacto nacional

Com milhões de brasileiros dependendo das plataformas digitais para gerar renda, a regulamentação pode representar um divisor de águas entre a informalidade e a segurança jurídica. A audiência pública será transmitida ao vivo e promete reunir representantes do setor, juristas e especialistas em trabalho digital.

Compartilhe Este Artigo
Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *