Nem a chuva impediu que milhares de fiéis participassem na tarde deste sábado (25) da Marcha para Jesus, que culminou com um culto e show gospel na Praça da Apoteose. Mais do que religioso, o evento se tornou um grande termômetro eleitoral, pela capacidade de mobilizar boa parte do eleitorado evangélico e conservador. Não à toa, atraiu muitos políticos, alguns cristãos, outros nem tanto.
Marcaram presença o governador Cláudio Castro, o deputado federal Sóstenes Cavalcante, e os deputados estaduais Samuel Malafaia, Alan Lopes, Leo Vieira, Rosenverg Reis e Rodrigo Amorim, que recentemente, atendendo uma solicitação de cristãos, apresentou indicação legislativa pedindo a instalação de banheiros químicos nos 17 montes de oração espalhados pelo Estado do Rio. “Uma estrutura mínima para que uma grande parcela da população possa professar a sua fé com dignidade”, justificou.
Também marcou presença o pré-candidato bolsonarista à prefeitura do Rio, Delegado Ramagem, que tem como bandeira de sua campanha a valorização dos valores cristãos e da família. O prefeito Eduardo Paes, que não deu as caras na Marcha para Jesus e que neste ano tenta a reeleição apoiado por Lula, fez questão de ressaltar nas redes sociais que a prefeitura teve a “honra de patrocinar” o evento.
Com o slogan “A Força da União”, a Marcha para Jesus foi promovida pelo Conselho de Ministros Evangélicos do Rio de Janeiro (Comerj), presidido pelo pastor Cláudio Duarte. Teve como ponto alto a pregação e o discurso do pastor Silas Malafaia, que condenou recente decisão da Justiça, que a pedido da esquerda suspendeu resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o aborto, que proibia os médicos de realizarem a chamada “assistolia fetal”.
O procedimento consiste na aplicação de uma injeção com drogas que provocam parada cardíaca no bebê em desenvolvimento na barriga da mãe. Agora, pode ser feito a qualquer momento antes da criança nascer, mesmo que a gestação tenha completado nove meses, nos casos em que o aborto é legalizado.