Os Jogos Olímpicos de Paris conquistaram ouro na modalidade hipocrisia. Ao mesmo tempo em que permitiu uma blasfêmia contra os cristãos durante a cerimônia de abertura, o Comitê Olímpico Internacional (COI) proibiu um surfista brasileiro de competir com suas pranchas personalizadas com a imagem do Cristo Redentor.
O estatuto do COI proíbe manifestações de cunho religioso nas Olimpíadas, mas a mesmo assim permitiu a difamação do cristianismo.
Hipocrisia
A regra deveria valer para os dois lados, mas não foi o caso. O COI notificou o surfista brasileiro João Chianca, o Chumbinho, às vésperas dos Jogos, sobre a proibição de manifestações religiosas durante o evento. Segundo o regulamento 50 da Olimpíada, “não é permitido nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, RELIGIOSA ou racial”.
“Acabo de receber a notícia de que a pintura não está autorizada nos Jogos Olímpicos porque Cristo é uma figura religiosa. E os jogos têm regras estritas e se centram na neutralidade total”, comentou Chumbinho nas redes sociais, sem imaginar que as tais regras valeriam apenas para ele e suas pranchas.
Indignação
Logo no evento de abertura as Olimpíadas da França, o que se viu foi uma paródia de gosto duvidoso ao quadro de Leonardo Da Vinci “A Última Ceia”, que teve Jesus e seus apóstolos trocados por um grupo de drag queens, uma modelo transgênero e um cantor sem roupas e pintado de azul, representando Dionísio, o deus grego do vinho.
Uma criança também integrava a trupe, onde rolou até beijo gay. Enquanto isso, os atletas, verdadeiros motivos das olimpíadas existirem, foram relegados ao papel de coadjuvantes no evento.
A Igreja Católica local emitiu nota criticando a encenação: “infelizmente, esta cerimônia apresentou cenas de escárnio e zombaria do Cristianismo, que deploramos profundamente”, afirmou a Conferência dos Bispos Franceses em comunicado.
Outros religiosos católicos e protestantes, políticos de direita e conservadores da França e de outros países também expressaram sua indignação nas redes sociais. No Brasil, o senador Flávio Bolsonaro foi um dos que se pronunciou. “Vocês lembram o que aconteceu depois da encenação do Diabo pisando em Jesus no Carnaval de 2019? Com Deus não se brinca”.
O troco
Neste domingo (28), a skatista brasileira Rayssa Leal deu o troco e viralizou nas redes sociais ao dizer em libras “Jesus é o caminho, a verdade e a vida”, ao perceber que as câmeras miravam nela após conquistar a melhor nota da história olímpica na fase de manobras que a garantiu nas finais, não dando tempo para a censura do COI agir. (veja o vídeo)
Estranhamente e sem nenhuma explicação, em meio à avalanche de críticas, a gravação oficial da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 com as polêmicas imagens gravadas na sexta-feira (26) foi removida do canal oficial das Olimpíadas no YouTube.