Parece que o Taxad anda fazendo escola. Depois de ficar sem as blusinhas da China, a população mais carente corre risco agora de ficar sem as festinhas de aniversário com bolo do time do coração.
É que os multimilionários clubes de futebol já começaram a cobrar direitos autorais pelo uso da marca de doceiras, confeiteiras e artesãs que se tornaram pequenas empreendedoras para poder pagar as contas no fim do mês.
Várias já receberam notificações extrajudiciais e até judiciais nas últimas semanas. Muitas são donas de casa que vão para a cozinha ajudar no orçamento familiar ou até mesmo para conseguir sustentar sozinhas suas famílias.
A polêmica começou no mês passado, quando o Vitória cobrou pela utilização da imagem do escudo do time baiano e conseguiu derrubar vários perfis nas redes sociais como Instagram e Facebook de pessoas que fazem bolo para aniversários, casamentos, etc.
Uma artesã que vendeu caixinhas de papelão e topo de bolo com escudo e o mascote do clube para um aniversário chegou a ser multada em R$ 1,5 mil.
Os clubes, amparados pela legislação, especialmente a que trata dos direitos autorais, argumentam que tudo que não é autorizado é considerado falsificação passível de indenização. Ou seja, não são apenas os bolos de time de futebol que estão ameaçados, mas também os de princesas da Disney e de tudo o mais. Com registro no INPI, por exemplo.
A situação é complexa e já levanta polêmica. De um lado, a Nofake, empresa especializada em proteção de marcas e que representa diversos clubes de futebol, explica que tratam-se de ações de combate à pirataria que têm como objetivo “proteger os clubes, seus licenciados e torcedores”, como foi publicado na imprensa.
Do outro, clubes como o Atlético-GO, que voltou atrás após notificar várias confeiteiras por fazerem bolos decorados com o escudo do Dragão. Adson Batista, presidente do clube, disse que não sabia que as cobranças estavam sendo feitas às trabalhadoras como doceiras, confeiteiras e artesãs.
“Isso é um absurdo. Já falei com os responsáveis, e isso não vai mais acontecer. Nós temos é que valorizar quem ama o nosso clube”, avisou o cartola. “Você acha que eu quero prejudicar gente que faz bolo de aniversário? Isso não existe”, explicou o diretor, durante uma reportagem do ge.
O Atlético informou que já solicitou a No Fake o ajuste dos filtros, para que a Inteligência Artificial deixe de fazer notificações a pequenos empreendedores. O foco, segundo o clube, é o uso indevido por grandes empresas e falsificações em grande escala.
Enfim, que prevaleça o bom senso…
* Fonte: jornal O Dia/ Veja aqui