O debate acalorado desta terça-feira (10), na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), sobre as mensagens do Executivo que propõem mudanças na estrutura da Polícia Civil e regulamentam sua Lei Orgânica, foi marcado por ataques diretos e discursos inflamados. Os deputados Filippe Poubel e Renan Jordy, ambos do Partido Liberal (PL), protagonizaram momentos de tensão ao acusar parlamentares de esquerda de “hipocrisia” e “demagogia” diante da presença de agentes da Polícia Civil na galeria.
‘Circo de horrores’ e ‘busto para vagabundo’
Em tom beligerante, Poubel disparou: “Tamanha hipocrisia e demagogia que ouvi aqui hoje. A maioria fala para agradar a categoria na galeria, mas no dia a dia mete a porrada nas polícias.” O parlamentar ainda acusou seus colegas de não defenderem a corporação em operações que resultam em prisões ou mortes de criminosos: “Até busto para vagabundo a esquerda já propôs.”
Renan Jordy reforçou o ataque: “O que a esquerda faz é um circo de horrores. Quando um policial é morto, ninguém se levanta. Mas quando um vagabundo é abatido, vêm aqui gritar.” As declarações incendiaram o ambiente e provocaram reações, mas o estrago político já estava feito.
Tentativa de apaziguamento
O deputado Luiz Paulo (PSD) tentou amenizar os ânimos, afirmando que o debate deveria ser suprapartidário. No entanto, diante da retórica explosiva dos parlamentares do PL, o clima de polarização se impôs, deixando claro que a discussão sobre segurança pública continua sendo um dos temas mais sensíveis e politizados da Casa.
Propostas retiradas de pauta, mas não do foco
Por terem recebido emendas, as propostas foram retiradas da pauta. O Projeto de Lei 6.027/25 prevê a redução de cargos comissionados de 11 para 7, além da regulamentação de gratificações e vantagens aos agentes.
Já o Projeto de Lei Complementar nº 39/25, oriundo da Mensagem 24 do Executivo, estabelece critérios para nomeações em cargos de liderança e no Conselho Superior de Polícia, além de definir regras para promoções por mérito e antiguidade.
