O deputado Rodrigo Amorim (União) incendiou o plenário da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) nesta quarta-feira (26), ao acusar a esquerda de “defender vagabundo” e minimizar a morte de policiais. A fala foi uma resposta às críticas da deputada Renata Souza (PSOL) sobre a operação policial no Complexo da Maré, que terminou com três suspeitos mortos e uma criança baleada dentro de uma escola, durante confronto com criminosos fortemente armados com fuzis e armamento de guerra.
O embate no plenário
Renata Souza abriu a sessão denunciando a violência da ação emergencial da Polícia Civil. A parlamentar destacou que um menino de 10 anos foi atingido na perna dentro do Ciep Hélio Smidt, enquanto participava de atividades escolares. Ela lamentou as mortes registradas e informou ter protocolado representação no Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) para investigar o caso.
Amorim rebate com dureza
Em tom inflamado, Amorim retrucou:
– “O que aconteceu não foi assassinato de cidadão de bem, foi a neutralização de terroristas que atormentam a população.”
– “Se a senhora não gosta de cidadão de bem e só gosta de proteger vagabundo, é outra história.”
O deputado afirmou que a sociedade, o setor produtivo e a própria Alerj apoiam as operações policiais que, segundo ele, “estão libertando o Rio”. Amorim acusou o PSOL de “indignação seletiva”, lembrando que um policial morreu em operação recente sem que houvesse solidariedade da bancada. “Só vale a vida do marginal?”, questionou.
O contexto da operação
A ação foi deflagrada após equipes de inteligência identificarem traficantes que se preparavam para invadir uma comunidade rival. O confronto gerou tiroteios intensos, fechamento da Linha Amarela e disparos que atingiram uma sala da UFRJ, levando à suspensão das aulas. Segundo a polícia, a operação evitou um embate maior entre facções, que poderia resultar em tragédia ainda mais ampla na região.
Repercussão política
O choque entre Amorim e Souza expôs novamente a polarização na Alerj sobre segurança pública. Enquanto setores da esquerda denunciam violações de direitos humanos e os riscos para moradores, parlamentares da base governista exaltam o que chamam de “cruzada contra o crime organizado”.
