PEC da Segurança e PL Antifacção ficam para 2026 após governo barrar endurecimento penal

Jefferson Lemos
A disputa girou em torno da redução da maioridade penal e do endurecimento de penas, bandeiras defendidas pela direita mas rejeitadas pelo Executivo (Superintendência do Sistema penitenciário/Governo do Pará)

As duas principais propostas da pauta de segurança pública — a PEC da Segurança e o PL Antifacção — foram empurradas para 2026 depois de intensos embates entre governo e oposição. A disputa girou em torno da redução da maioridade penal e do endurecimento de penas, bandeiras defendidas pela direita mas rejeitadas pelo Executivo.

Decisão de líderes

Em reunião nesta semana, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e líderes partidários decidiram adiar a votação da PEC 18/25 e do PL 5582/25. Com o recesso parlamentar marcado para a próxima semana e o fim dos trabalhos previsto para sexta-feira (19), a prioridade passou a ser projetos de consenso, sobretudo na área econômica.

PEC da Segurança: resistência do governo

O relatório do deputado Mendonça Filho (União-PE) trouxe pontos que provocaram forte reação do Ministério da Justiça. Entre eles, a previsão de um referendo nacional em 2028 sobre a redução da maioridade penal para menores envolvidos em crimes violentos ou ligados ao crime organizado.

Além disso, o texto altera dispositivos enviados originalmente pelo Executivo e cria o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), o que ampliou as divergências dentro da base governista.

PL Antifacção: disputa de versões

O projeto enfrenta um impasse entre a versão aprovada pelo Senado, relatada por Alessandro Vieira (MDB-ES), e o texto da Câmara, elaborado por Guilherme Derrite (PP-SP).

– Senado: restringiu a criação de novos tipos penais para evitar controvérsias jurídicas.
– Câmara: previa figuras como “domínio social estruturado” e endurecia penas, fixando base de 30 anos de prisão para integrantes de facções, além de criar taxa sobre empresas de apostas esportivas para financiar o Fundo Nacional de Segurança Pública.

Expectativa para 2026

A expectativa é que as discussões retornem em fevereiro, quando o Congresso retoma os trabalhos, em meio a uma pauta marcada pela disputa política na área de segurança pública.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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