Outra morte, mais uma cervejinha? Gyovanna, 15 anos, foi assassinada por um ladrão em Hortolândia (SP). O motivo? Um celular

Jefferson Lemos
A jovem entregou o aparelho, mas não conseguiu informar a senha. Foi baleada. Não resistiu (Reprodução)

🕯️ Por um celular, mais uma vida ceifada. A estudante Gyovanna Aline Lopes Ribeiro, de apenas 15 anos, foi assassinada na noite de domingo (29) em Hortolândia, interior de São Paulo, durante um assalto. Ela voltava para casa com uma amiga quando foi abordada por um criminoso em uma motocicleta. Mesmo após entregar o celular, Gyovanna foi baleada no abdômen ao não conseguir informar a senha do aparelho. Socorrida ao Hospital Mário Covas, não resistiu aos ferimentos.

📉 O caso gerou comoção nacional e reacendeu o debate sobre a escalada da violência no Brasil. Em meio à dor da família e à revolta da população, a frase “outra morte, mais uma cervejinha” — em alusão à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que minimizou a gravidade de crimes
— voltou a circular nas redes sociais como símbolo da indignação popular diante do fracasso da política de segurança pública do governo federal.

📊 Segundo pesquisa Genial/Quaest, a violência se tornou a principal preocupação dos brasileiros, ultrapassando a economia pela primeira vez. O número de pessoas que apontam a criminalidade como o maior problema do país quase dobrou em um ano. Outro levantamento, do PoderData, mostra que a maioria dos brasileiros acreditam que a violência aumentou sob o governo Lula.

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🚨 Especialistas apontam que a política de desencarceramento promovida pelo governo federal contribui para a sensação de impunidade e o aumento da reincidência criminal. O Plano Pena Justa, lançado em fevereiro, propõe a redução de prisões consideradas “desnecessárias” e a revisão de penas, o que, segundo críticos, pode agravar ainda mais o cenário de insegurança.

📱 O assassinato de Gyovanna não é um caso isolado. Em outubro de 2023, o motorista de aplicativo Leonardo de Amorim Barbosa, de 32 anos, foi morto com um tiro na cabeça em Hortolândia durante um roubo de celular. Em São Paulo, o ciclista Vitor Medrado também perdeu a vida em fevereiro deste ano após ser abordado por criminosos armados.

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🗣️ “A dor é imensa. Nada vai trazer a nossa Gyovanna de volta, mas queremos justiça. Não pode ficar impune”, desabafou uma das tias da adolescente.

Enquanto o país enterra mais uma vítima da violência urbana, cresce o clamor por ações concretas. Para muitos brasileiros, a sensação é de que o Estado tem falhado em proteger os inocentes — e que, diante de mais uma tragédia, a resposta oficial parece ser apenas mais uma cervejinha.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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