O governo Lula enfrenta mais uma turbulência na condução das estatais. Os sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciaram nesta semana assembleias para deliberar sobre uma greve nacional por tempo indeterminado a partir de 15 de dezembro, após a Petrobrás não apresentar nova contraproposta ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
A paralisação, caso confirmada, poderá atingir refinarias, plataformas, termelétricas e usinas, com risco de desabastecimento em todo o país caso a greve se prolongue. O movimento ocorre em meio à rejeição das propostas da estatal, considerada insuficiente pela categoria, que já havia decretado estado de greve em novembro.
O impasse expõe mais uma adversidade para o governo Lula, já pressionado por críticas à condução das estatais. A greve dos petroleiros, se deflagrada, poderá gerar forte impacto econômico e político, com reflexos no abastecimento de combustíveis e na credibilidade da gestão da Petrobrás.
Principais reivindicações
– Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros: aposentados e pensionistas exigem solução definitiva para os déficits acumulados, que corroem a renda de milhares de famílias.
– ACT sem cortes: sindicatos pedem acordo coletivo sem ajustes fiscais que impactem salários e carreiras.
– Defesa da Petrobrás pública: trabalhadores rejeitam qualquer modelo de negócios que fragilize a estatal ou abra caminho para privatizações.
Vigília dos aposentados
A partir de 11 de dezembro, aposentados e pensionistas retomam a vigília em frente ao edifício-sede da Petrobrás (Edisen), no Rio de Janeiro. O ato busca pressionar a empresa e reforçar a pauta dos equacionamentos da Petros, considerada central para o fechamento do ACT.
A FUP afirma que continua aberta ao diálogo, mas aguarda manifestação da empresa sobre os pontos pendentes. O resultado das assembleias desta semana será decisivo para os rumos da categoria na segunda quinzena de dezembro.
