A escalada da violência urbana no Brasil ganhou mais um capítulo brutal nesta semana, quando um jovem entregador foi baleado na cabeça durante uma tentativa de assalto no bairro Cantinho do Céu, em São Luís. O crime que aconteceu na terça (29) e foi registrado por câmeras de segurança, chocou a população pela frieza dos criminosos e pela aparente indiferença à vida humana.
Segundo a Polícia Militar, o entregador — identificado como Tiago — estava sentado uma cadeira na calçada quando foi abordado por dois homens em uma motocicleta. Ao se recusar a entregar o celular, um dos assaltantes disparou contra sua cabeça. A vítima foi socorrida e levada para o hospital. Segundo médicos, escapou da morte por um milagre, pois o tiro atingiu de raspão. Veja do vídeo:
Dois homens, um de 28 que seria o atirador e ouro de 27 que segundo a polícia pilotava a moto, foram localizados nos residenciais Tiradentes e Vera Cruz. A polícia apreendeu a arma usada — um revólver calibre .38 — além da motocicleta e celulares.
Legislação branda e impunidade crescente
Especialistas em segurança pública alertam que a legislação penal brasileira, marcada por progressões de regime, saidinhas e audiências de custódia, tem contribuído para a sensação de impunidade. A audiência de custódia, por exemplo, permite que criminosos presos em flagrante sejam apresentados a um juiz em até 24 horas — e em muitos casos, libertados sob alegações de maus-tratos sem comprovação ou entendimento de que não há necessidade de prisão.
Além disso, o governo Lula lançou o Plano Pena Justa, que propõe a redução do número de prisões consideradas “desnecessárias”, priorizando penas alternativas e desencarceramento para crimes de menor potencial ofensivo. Críticos apontam que tais medidas, embora embasadas em tratados internacionais, acabam por favorecer reincidentes e enfraquecer o combate à criminalidade.
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A vida da vítima vale menos que um celular?
O caso de Tiago escancara uma realidade cruel: para muitos criminosos, a vida de um trabalhador não vale mais que um aparelho celular. A brutalidade do ataque, sem qualquer hesitação, revela um padrão de violência que não encontra limites — alimentado por um sistema penal que, segundo especialistas, pune pouco e protege demais.
Enquanto a legislação não se atualiza e políticas de desencarceramento ganham força, a população segue refém do medo. E Tiago, que escapou da morte por centímetros, se torna mais um símbolo da urgência por mudanças profundas na segurança pública brasileira.
Afinal, milagres não acontecem todo dia…
