Rio de Janeiro e Niterói oficializaram sua candidatura conjunta para sediar os Jogos Pan-Americanos e Parapan-Americanos de 2031, prometendo um evento de baixo custo e alto impacto social.
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No entanto, a proposta, que prevê um orçamento de R$ 667,5 milhões, reacende debates sobre o real legado de grandes eventos na capital fluminense e a destinação dos recursos públicos.
A experiência dos Jogos Olímpicos de 2016 deveria servir como alerta. Na época, promessas de transformação urbana e melhorias estruturais foram feitas, mas muitas delas nunca saíram do papel.
Despoluição da baía ficou no papel
Um dos exemplos mais emblemáticos é a despoluição da Baía de Guanabara, que foi anunciada como um dos principais legados ambientais das Olimpíadas e, até hoje, segue como uma promessa não cumprida.
O projeto, que previa um investimento bilionário, não conseguiu sequer reduzir significativamente os níveis de poluição da baía, que continua recebendo toneladas de esgoto e lixo diariamente.
Instalações subutilizadas ou abandonadas
Além disso, diversas instalações construídas para os Jogos Olímpicos enfrentam problemas de manutenção e subutilização.
O Parque Olímpico da Barra, que deveria ser um polo esportivo e cultural, tem parte de suas estruturas abandonadas ou funcionando de maneira precária.
O mesmo ocorre com o Velódromo e o Centro Olímpico de Tênis, que foram alvo de denúncias sobre deterioração e falta de uso adequado.
Mobilidade continua precária
O transporte público, por exemplo, continua precário, e a mobilidade urbana, que deveria ter sido aprimorada com os Jogos de 2016, segue como um dos grandes desafios da cidade.
A candidatura conjunta com Niterói também inclui a promessa de construção da Linha 3 do metrô, que ligaria as duas cidades por um túnel submarino.
No entanto, projetos de mobilidade urbana já foram anunciados em outras ocasiões e nunca concretizados, o que gera desconfiança sobre a viabilidade dessa nova proposta.
População não viu benefícios
Diante desse histórico, a candidatura ao Pan 2031 levanta questões sobre quem realmente se beneficia com esses eventos.
Enquanto autoridades defendem que a competição trará investimentos e desenvolvimento para a região, a população carioca ainda sente os impactos de promessas não cumpridas e do uso de recursos públicos em projetos que não melhoraram significativamente sua qualidade de vida.
Com a definição da cidade-sede prevista para agosto deste ano, resta saber se Rio e Niterói conseguirão convencer os eleitores da Panam Sports de que o evento será diferente dos anteriores.
Mas, para os moradores da capital fluminense, a preocupação continua: será que o Pan 2031 trará benefícios reais para a população ou será apenas mais um evento que deixará um rastro de promessas não cumpridas e estruturas abandonadas?