Pan-31 terá R$ 3,8 bi enquanto população sofre sem infraestrutura

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O sonho de sediar um evento de alcance internacional contrasta brutalmente com os desafios diários enfrentados por suas populações, que frequentemente são esquecidos nas políticas públicas (Reprodução)

Enquanto os olhos de Rio de Janeiro e Niterói se voltam para a grandiosidade da candidatura conjunta aos Jogos Pan-Americanos de 2031, com gastos estimados em impressionantes R$ 3,8 bilhões, paira a pergunta: onde estão as prioridades dessas cidades?

O sonho de sediar um evento de alcance internacional contrasta brutalmente com os desafios diários enfrentados por suas populações, que frequentemente são esquecidos nas políticas públicas.

No centro da questão, destacam-se problemas crônicos que assolam as duas cidades, como o crescimento das cracolândias.

A população de rua, que cresce a olhos vistos, é a manifestação mais explícita da desigualdade social.

Somente no Rio de Janeiro, milhares de pessoas vivem em condições degradantes, sem acesso a serviços básicos como saúde, alimentação e moradia.

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Em Niterói, a situação também é alarmante, revelando uma gestão pública incapaz de oferecer alternativas dignas.

Além disso, áreas como segurança pública e educação continuam a clamar por investimentos significativos, visto que todos os anos faltam vagas nas redes públicas.

A mobilidade urbana é outro ponto sensível. Enquanto a construção da Vila dos Atletas no terreno anexo à antiga Estação Leopoldina pode representar um projeto de “revitalização”, moradores e trabalhadores do centro sabem bem que o transporte público segue caótico, com linhas de ônibus insuficientes.

Enquanto a construção da Vila dos Atletas pode representar um projeto de “revitalização”, moradores e trabalhadores do centro sabem bem que o transporte público segue caótico

Esses exemplos são apenas a ponta do iceberg de uma realidade que exige atenção imediata.

O orçamento bilionário reservado para os Jogos poderia transformar a vida de milhões de cidadãos, oferecendo moradia, infraestrutura e serviços essenciais. No entanto, parece que o apelo do espetáculo e do prestígio internacional mais uma vez superou as necessidades mais urgentes da população.

A realização dos Jogos Pan-Americanos pode, de fato, trazer benefícios econômicos e culturais às cidades, mas a que custo?

Ignorar os problemas sociais que gritam por soluções em nome de um projeto grandioso não apenas expõe a inversão de prioridades, mas também lança luz sobre a falta de empatia na gestão pública.

Afinal, quem realmente ganha com esse evento: os cidadãos ou apenas uma elite que busca reconhecimento?

Enquanto celebramos a possibilidade de sediar um evento de renome, é indispensável perguntar: que legado, de fato, deixaremos para a sociedade?

Ou será que, no futuro, olharemos para trás e veremos as mesmas comunidades marginalizadas, apenas mais ofuscadas pelo brilho de um evento passageiro?

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