O Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCM) identificou indícios de superfaturamento nas obras do anel viário de Campo Grande, na Zona Oeste da cidade.
A construção, liderada pela OECI S.A., antiga Odebrecht, já envolvida em escândalos de corrupção, é o projeto mais caro da terceira gestão do prefeito Eduardo Paes, com um orçamento total de R$ 781,9 milhões.
Auditores do TCM apontaram irregularidades como pagamentos duplicados e valores acima do mercado, incluindo R$ 793,7 mil em transferências indevidas para escavação de terra.
O município pagou R$ 157,93 por metro cúbico de terra, enquanto o valor estimado era de R$ 33,09. Além disso, foram identificados R$ 677 mil em pagamentos excessivos para recapeamento de vias já existentes.
A obra, financiada em grande parte pelo BNDES, é dividida em nove contratos, dos quais os dois mais caros, somando R$ 597 milhões.
A empresa, atualmente em recuperação judicial, não se manifestou sobre as acusações.
O prefeito Eduardo Paes (PSD), que já inaugurou parte do projeto, enfrenta críticas sobre a gestão e transparência das obras.
Como provável candidato de Lula ao governo do estado em 2026, sua ligação com a antiga Odebrecht e os escândalos associados ao nome do presidente podem influenciar o cenário político.
A Secretaria Municipal de Infraestrutura afirmou que os questionamentos do TCM serão discutidos e, caso confirmados, os valores serão ressarcidos.