O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta sexta-feira (2), a nomeação de Wolney Queiroz como novo ministro da Previdência Social, após a saída de Carlos Lupi.
A mudança – que na prática trocou seis por meia dúzia – ocorre no momento em que o governo enfrenta desgaste devido ao escândalo bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que revelou irregularidades em benefícios previdenciários e descontos indevidos em aposentadorias e pensões.
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Queiroz, ex-deputado federal e até então secretário-executivo da pasta, era considerado o “número dois” do ministério e tinha responsabilidade direta na gestão das políticas previdenciárias ao lado de Lupi.
Sua nomeação levanta questionamentos sobre a efetividade da troca de comando, já que o novo ministro já ocupava posição de liderança dentro do órgão e acompanhava de perto a condução das atividades do ministério.
Para críticos da decisão, a substituição representa apenas uma mudança formal, sem alterações substanciais na condução das políticas e na resposta às denúncias.
A mudança mostra que apesar do escândalo e das pressões políticas, a aliança entre PT e PDT continua firme.
O PDT, partido de Lupi e Queiroz, mantém seu apoio ao governo, apostando na continuidade da parceria política e na relevância da sigla para a governabilidade de Lula.
O respaldo do partido se torna crucial para a base governista no Congresso, onde a manutenção de apoio é fundamental para garantir a aprovação de projetos estratégicos do Executivo, ainda mais após a criação da União Progressista, que promete alterar o tabuleiro do jogo político para as eleições 2026.
No entanto, a crise na Previdência e a decisão de Lula de manter o comando da pasta nas mãos do político pedetista podem impactar negativamente a imagem do governo e aumentar sua fragilidade política.
A nomeação de Queiroz não aliviou as críticas da oposição, que aproveita o momento para questionar a eficácia da administração petista e lançar dúvidas sobre sua capacidade de recuperação política antes do pleito de 2026.
Com o avanço das investigações e a pressão pública sobre o tema, Lula enfrenta o desafio de reverter o desgaste e reconstruir a confiança do eleitorado nos próximos meses. Missão que parece cada vez mais impossível.