Nomeado por Lula, presidente do INSS é afastado após fraude contra aposentados

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Alessandro Stefanutto foi alvo de operação deflagrada pela Polícia Federal que investiga desvio de mais de R$ 6 bilhões (Arquivo/PF)

Nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início de seu terceiro mandato, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) após ser alvo da operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).

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A investigação apura um esquema de fraudes envolvendo descontos indevidos em benefícios previdenciários, que teriam causado prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Stefanutto é acusado de suposto envolvimento em irregularidades relacionadas a cobranças associativas não autorizadas em aposentadorias e pensões.

A operação, considerada uma das mais abrangentes da PF, cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e determinou o afastamento de seis servidores públicos, além do sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.

O caso reacende o debate sobre corrupção no governo Lula, que já enfrentou escândalos emblemáticos em gestões anteriores, como o mensalão e o petrolão.

A operação “Sem Desconto” destaca a necessidade de maior rigor na fiscalização e na gestão de entidades públicas, especialmente aquelas que lidam diretamente com benefícios sociais.

A repercussão do caso coloca o governo Lula sob pressão para adotar medidas mais eficazes no combate à corrupção e na proteção dos direitos dos aposentados e pensionistas.

Governo marcado por escândalos

Além do afastamento de Alessandro Stefanutto do INSS, o governo Lula enfrentou outros escândalos que marcaram seu terceiro mandato.

Um dos casos mais notórios foi a saída do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, após denúncias de corrupção envolvendo o uso de recursos públicos para beneficiar propriedades pessoais e omissão de bens à Justiça Eleitoral.

Juscelino foi acusado de crimes como corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Outro episódio polêmico foi a demissão do general Gonçalves Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após a divulgação de imagens que o mostravam em uma postura passiva durante os atos de 8 de janeiro de 2023.

A crise gerou grande repercussão e colocou em xeque a atuação do governo na contenção de ataques às instituições democráticas.

Além disso, o governo enfrentou críticas pela troca de ministros em meio a denúncias de assédio sexual, como no caso de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, acusado de assediar a ministra Anielle Franco.

A gestão também foi marcada por mudanças estratégicas para acomodar interesses políticos, como a substituição de Ana Moser no Ministério do Esporte e de Daniela Carneiro no Turismo, ambas em meio a pressões do Centrão.

Esses episódios refletem os desafios enfrentados pelo governo Lula em manter a estabilidade política e a confiança pública, enquanto lida com escândalos que impactam sua imagem e governabilidade.

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