O tráfico de drogas no Rio de Janeiro tem adotado práticas cada vez mais sofisticadas, aproximando-se do modelo empresarial para expandir seus negócios.
Nesta semana, a Polícia Militar apreendeu uma máquina de cartão de crédito em uma boca de fumo no Morro do Preventório, em Niterói, Região Metropolitana do Rio.
A operação ocorreu após denúncia anônima, e além da maquininha, foram encontrados drogas, radiotransmissores e dinheiro.
Operação mira bancos digitais criados pelo CV para lavar dinheiro
A utilização de máquinas de cartão para pagamento de entorpecentes evidencia a diversificação das atividades do tráfico, que busca facilitar o acesso dos consumidores e aumentar seus lucros.
Essa estratégia reflete uma apropriação de serviços comuns à população, como o uso de tecnologia financeira, para fortalecer o controle territorial e ampliar sua influência.
Além disso, o tráfico tem explorado serviços essenciais como fornecimento de internet, gás e transporte em comunidades sob seu domínio.
Em muitas áreas, facções criminosas controlam a distribuição desses serviços, cobrando taxas dos moradores e utilizando os recursos para financiar suas operações.
Essa prática não apenas reforça o poder das organizações criminosas, mas também cria uma dependência econômica que dificulta a atuação das autoridades.
Outro aspecto preocupante é o uso de fintechs para lavagem de dinheiro.
Investigações recentes apontam que organizações criminosas têm utilizado contas digitais e operações financeiras em plataformas tecnológicas para movimentar recursos ilícitos sem serem detectadas pelo sistema financeiro tradicional.
Essa “invisibilidade” permite que o dinheiro do tráfico seja reinvestido em outras atividades criminosas, ampliando o alcance e a sofisticação das facções.
O caso do Morro do Preventório é um exemplo claro de como o crime organizado está se reinventando, utilizando estratégias empresariais para consolidar seu poder.
A apreensão da máquina de cartão e as práticas de exploração de serviços essenciais são um alerta para a necessidade de ações mais eficazes e integradas no combate ao tráfico, que continua a explorar brechas na legislação e na fiscalização para expandir suas atividades.