Ataque na Linha Vermelha mostra que RJ precisa de mais autonomia e menos desencarceramento

Jefferson Lemos

Apontado pela polícia como o maior ladrão de carros do Estado, Felipinho da NH foi morto quando tentava fazer um arrastão na Linha Vermelha, junto com sete comparsas fortemente armados com fuzis. O bandido acumulava 180 anotações criminais, apesar de ter apenas 27 anos.

Condenado a sete anos de prisão, não esquentou a cela por mais de três, o que demonstra que o combate à violência que assola o RJ vai muito além do trabalho desenvolvido pela polícia, que não faz mais do que enxugar gelo.

Nesta semana o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), cobrou do presidente Lula medidas contra a entrada irregular de fuzis no País, que estão engrossando o arsenal bélico do crime organizado, que já controla várias regiões do Estado, tendo se expandido e fortalecido sob a proteção da ADPF635, que restringiu as ações da polícia nas comunidades.

Apenas no RJ a polícia já apreendeu mais de 500 fuzis neste ano, um verdadeiro arsenal de guerra.

Diante da gravidade do problema, Cláudio Castro recentemente criticou a legislação ultrapassada que beneficia os bandidos e sugeriu autonomia para os estados endurecerem as leis que tratam do crime organizado, justamente o contrário do que tem pregado o governo Lula, com sua política de desencarceramento e sua proposta que tirar dos governos estaduais sua autonomia no combate à criminalidade, o que gera um impasse.

O desabafo do governador se deu após a tragédia que terminou com três pessoas mortas na Av. Brasil, quando criminosos atiraram contra a população para forçar o recuo da PM durante uma operação no Complexo de Israel, num verdadeiro ato de terrorismo, que as autoridades federais se recusam a classificar como tal.

Policial evita nova tragédia na Linha Vermelha

A quadrilha de criminosos fortemente armados de fuzis fechou a via expressa na altura de São Cristóvão. O ataque dos bandidos com armamento de guerra ocorreu neste sábado, por volta da 5h.

De acordo com a polícia, os criminosos estavam em um Jeep Renegade e um Jeep Compass. Eles utilizaram os veículos para bloquear a via a fim de fechar o trânsito e assaltar os motoristas que passavam.

Três pessoas que passavam, acabaram atingidas por balas perdidas. Todas foram socorridas e passam bem.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o tiroteio e um assaltante ferido, sendo arrastado por comparsas até um dos carros dos bandidos, que foi usado na fuga.

Um PM é morto a cada dez dias no RJ

O policial militar que reagiu ao arrastão foi identificado como Márcio de Oliveira Marques, que saiu ileso.

Segundo levantamento da PM, um policial militar é morto a cada dez dias no RJ em 2024.

As vítimas de assalto no RJ quando são identificadas como agentes de segurança costumam ser executadas a sangue frio no local, quando não são levadas para favelas onde são brutalmente torturadas até a morte.

Tal fato não deixa opção aos policiais, senão reagir quando são assaltados. É matar ou morrer. O Rio está entregue à Lei do Cão.

 

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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