Morte, protesto e fogo! Foragido preso em ato contra a polícia levanta suspeita sobre motivação

Jefferson Lemos
Foragido é preso no meio de protesto contra operação da PM que deixou um morto em Nova Friburgo. Segundo a polícia, manifestação foi patrocinada pelo CV

Um protesto contra a operação da Polícia Militar que terminou com um morto em Nova Friburgo, neste último sábado (14), ganhou novos contornos após a prisão de um dos manifestantes, que estava foragido da Justiça por tráfico de drogas. A Polícia Militar aponta que o ato foi financiado pelo Comando Vermelho (CV) com o objetivo de desacreditar a ação policial, reforçando a tese de instrumentalização do luto comunitário por facções criminosas.

O protesto, que começou na noite de sábado como demonstração de revolta pela morte ocorrida durante operação policial na localidade de Alto do Floresta, terminou em violência. Um ônibus foi incendiado — causando prejuízo estimado em mais de R$ 950 mil — e o episódio gerou pânico entre moradores.

Vídeo da manifestação postado na internet mostra xingamentos e palavrões contra os policiais militares, assim como é possível ouvir ordens para colocar fogo na rua.

Segundo a polícia, o incêndio, além de ser um crime grave, também serve como indício de que o protesto teria sido manipulado por interesses paralelos à indignação popular.

No domingo, houve um novo protesto em frente à 151ª DP, ocasião em que o foragido foi identificado e preso.

O confronto

O 11º BPM informou que foi recebido a tiros por um homem de 21 anos, assim que avistou a chegada da patrulha na Rua Aureliano Barbosa Farias. Com ele, segundo a polícia, foi apreendida uma pistola 9mm. A família contesta a versão, afirmando que o jovem estava desarmado.

Num cenário onde uma dor legítima da comunidade pode se misturar à retórica do crime, o protesto em Nova Friburgo escancara uma realidade sombria: o tráfico não apenas domina becos e vielas — ele tenta dominar também a narrativa.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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