Os “gansos” na ativa: a dinâmica do crime no Centro do Rio

coisasdapolitica.com
Eles costumam circular entre os carros e multidões esperando o momento certo para agir. - Foto: do leitor

De camiseta preta, bermuda e chinelo, eles caminham em bando entre os carros no Centro do Rio de Janeiro. Disfarçam, observam, e quando identificam a próxima vítima, agem rapidamente. É o modus operandi da chamada “gangue dos gansos”, um problema antigo que continua a aterrorizar quem circula pela região.

O Dicionário Informal detalha: um “ganso” é aquele que aparenta ser um marginal — geralmente magro, com roupas de marca falsificadas, bonés, óculos estilo Juliet, e até características específicas como tatuagens e bigodinhos. Embora nem todos com esse perfil sejam criminosos, a associação com o estereótipo é forte e frequentemente usada no linguajar da Polícia Militar.

Os ‘ladrões mirins’, são em sua maioria adolescentes, formam grupos que operam nas áreas mais movimentadas do Centro, como a Uruguaiana, a Praça Mauá e a Lapa. Eles miram pedestres distraídos, motoristas presos no trânsito ou passageiros que aguardam em pontos de ônibus. Celulares, bolsas e carteiras são os alvos preferidos.

Enquanto a população tenta driblar o medo, policiais e guardas municipais enfrentam um dia a dia de sobrecarga. No Centro, a demanda vai muito além dos trombadinhas. São brigas para separar, golpes de celular na Uruguaiana, moradores de rua e pessoas com problemas mentais causando transtornos, acidentes de trânsito, e até atendimentos a idosos e deficientes.

Em nota para o Coisas da Política, o comando do 5º BPM (Praça da Harmonia) afirma que o policiamento é direcionado para locais de maior incidência de aglomeração de pessoas. Além disso, que os policiais militares realizam abordagens primando pelo respeito aos direitos fundamentais de cada cidadão, porém sem descuidar da segurança das equipes.

“Atualmente, nas áreas onde mais ocorrem estes tipos de delitos, como a Lapa, a Praça da Cruz vermelha, a Presidente Vargas (inclusive no Campo de Santana) e o Passeio Público, já são realizadas ações de forma conjunta com a Secretaria de Estado de Governo (Segov) (através das Operações Centro Presente e Lapa Presente) e com a Secretaria de Assistência Social da Prefeitura a fim de revistar e retirar das mãos das pessoas em situação de vulnerabilidade nas ruas instrumentos que possam ser utilizados para prática de delitos.”, informa a Polícia Militar.

O surgimento dos trombadinhas e a figura dos “gansos” refletem ainda um problema alarmante: a falência da legislação penal — hoje ultrapassada — e o abandono das famílias como núcleo central da sociedade. Jovens em situação de vulnerabilidade são seduzidos pelo crime em um contexto onde valores como trabalho e educação são minados pela tolerância estatal e a falta de respeito à autoridade policial.

Compartilhe Este Artigo
Para enviar sugestões de pautas ou comunicar algum erro no texto, encaminhe uma mensagem para a nossa equipe pelo e-mail: contato@coisasdapolitica.com
Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress