Legado de terror! ADPF das Favelas transformou comunidades em condomínios seguros para bandidos do Ceará

Jefferson Lemos
Na operação deste sábado (31), até o momento quatro fuzis e três pistolas foram apreendidos, assim como telefones celulares e um rádio transmissor

A perigosa aliança entre o crime organizado do Rio de Janeiro e do Ceará, alvo da ofensiva sem precedentes ordenada pelo governador Cláudio Castro na Rocinha neste sábado, não chega a ser uma surpresa.

Ao restringir a ação das polícias nas comunidades, a ADPF 635 – mais conhecida como ADPF das Favelas – converteu esses territórios em fortalezas para traficantes vindos de outros estados, sedentos por abrigo seguro para comandar o tráfico nas suas regiões de origem.

O Ministério Público do RJ revelou que traficantes do Ceará escondidos na Rocinha ordenaram pelo menos mil mortes em 2 anos. Também descobriu que as lideranças do Ceará pagam para receber estadia e proteção dos criminosos do Rio de Janeiro.

Na operação deste sábado (31), até o momento quatro fuzis e três pistolas foram apreendidos, assim como telefones celulares e um rádio transmissor.

Favelas viraram condomínios fechados

Implantada em 2019, a ADPF 635 não só fragilizou a presença policial, mas também fomentou a escalada do Comando Vermelho (CV), ao transformar as favelas em condomínios fechados para o crime organizado, garantindo que os bandidos pudessem operar sem inconvenientes, como policiais tentando fazer seu trabalho.

Aproveitando-se do vácuo de segurança, a facção expandiu seu território no Rio e fortaleceu alianças com criminosos de outras partes do país.

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Crime ocupou 300 novos territórios

Dados alarmantes foram apresentados em um relatório divulgado em 2024 pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), responsabilizando a ADPF 635 pelo crescimento do crime organizado no Estado.

A medida, segundo o estudo, contribuiu para a consolidação de uma rede criminosa que transcende as fronteiras estaduais.

Em 2024, as facções criminosas já haviam tomado 300 novos territórios desde a implantação da ADPF 635, passado de 1,4 mil para 1,7 mil áreas dominadas.

O documento também revelou que no período houve migração de 113 lideranças criminosas de 18 diferentes estados para o Rio, onde buscaram abrigo e esconderijo nas comunidades cariocas, por se sentirem mais seguros onde a polícia tinha restrições para entrar.

Em 2025, quando as regras da ADPF finalmente foram afrouxadas já era tarde demais. As alianças do crime organizado já haviam se alastrado pelo país como um câncer em metástase.

Legislação faz polícia enxugar gelo

Paralelamente, a legislação branda e ultrapassada, aliada às audiências de custódia – que muitas vezes resultam na libertação quase imediata dos presos –, tem transformado o árduo trabalho policial em um esforço para enxugar gelo.

A sensação de impunidade alimenta a criminalidade e aumenta o medo entre a população, que encara cada prisão como um remédio paliativo, enquanto vê os criminosos retornarem às ruas com a mesma violência.

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Bandidolatria incentiva a bandidaagem

Para agravar ainda mais a situação, a cultura da bandidolatria, incentivada por discursos do governo federal, boa parte da mídia e até mesmo do mundo acadêmico, tem elevado traficantes e outros criminosos a um status quase heroico, pintando-os como vítimas de um sistema falho.

Enquanto tanto se exalta esses personagens, a sociedade em todo o país é deixada a sofrer o aumento desenfreado da criminalidade e o sentimento de abandono diante de políticas públicas de segurança ineficazes.

A hora da grande virada contra o crime

A operação em curso na Rocinha é, sem dúvida, uma resposta contundente a esse cenário caótico.

Com uma postura firme, o governador Cláudio Castro demonstra que não aceitará a transformação dos espaços públicos em refúgios para o crime, reafirmando o compromisso de enfrentar, de forma direta e implacável, as forças que ameaçam a segurança e a ordem social.

Por culpa da ADPF 635, o remédio está sendo ministrado tardiamente no Rio. Resta cruzar os dedos e torcer para o paciente sobreviver.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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