Escárnio! No país do ‘jeitinho’, prisão de Mc Poze gera mais revolta que fraude bilionária no INSS

Jefferson Lemos
Linha Amarela foi tomada por um rolezinho digno de um Oscar de melhor distração coletiva. E o motivo? A prisão de MC Poze por apologia ao tráfico. Prioridades, né?

Ah, o Brasil, essa terra de surpresas. Enquanto problemas como a crise na educação, os escândalos no INSS e a inflação desenfreada seguem firmes e fortes, sem mobilizar a indignação popular, na madrugada desta sexta-feira (30), a Linha Amarela foi tomada por um rolezinho digno de um Oscar de melhor distração coletiva. E o motivo? A prisão de MC Poze por apologia ao tráfico. Prioridades, né? Veja o vídeo:

Durante a noite anterior à transferência, mais de 300 motociclistas já haviam protestado em frente ao presídio de Benfica, para onde ele Mc Poze havia sido levado.

Oruam, outro ícone da cena, correu para as redes sociais para criticar a prisão, porque, claro, defender quem romantiza o crime parece ser uma causa muito mais nobre do que exigir soluções para problemas que afetam milhões de brasileiros.

Enquanto isso, o governo Lula segue com sua política de desencarceramento, reforçando a velha ideia de que o criminoso é, na verdade, uma vítima da sociedade – um conceito que, aparentemente, só vale para quem não se preocupa com saneamento básico ou atendimento médico decente.

Há quem defenda que impedir o uso de dinheiro público em shows de artistas que fazem apologia ao crime seja um bom começo, mas sejamos realistas: sem punição para os próprios artistas, isso é como colocar um curativo em uma ferida aberta e fingir que está tudo bem.
E assim seguimos.

Se alguém ainda tinha dúvidas, o episódio da Linha Amarela veio para reafirmar que sempre dá para piorar. Afinal, por que se preocupar com corrupção e caos econômico quando podemos sair às ruas para defender quem canta sobre o tráfico? Prioridades, claro.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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