Nas ruas Arnaldo Quintela, Oliveira Fausto, Rodrigo de Brito e Fernandes Guimarães, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, faixas pedindo silêncio e cobrando fiscalização ao prefeito Eduardo Paes (PSD) são um sinal claro do descontentamento dos moradores com o impacto causado pelos bares da região e reflexo da falta de fiscalização por parte da prefeitura.
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Mas o barulho excessivo, a ocupação desordenada das calçadas e o trânsito caótico são apenas alguns dos problemas enfrentados por moradores da Zona Sul.
A sensação de abandono por parte da prefeitura e a desvalorização dos imóveis, com quedas de até 20% no valor de mercado, segundo moradores, agravam ainda mais a situação.
Outros bairros da Zona Sul também enfrentam problemas semelhantes.
No Leblon, ruas como João Lira e General Artigas são frequentemente alvo de reclamações devido ao barulho e à ocupação das calçadas por bares e restaurantes.
Em Ipanema, a Rua Farme de Amoedo e suas transversais também são conhecidas por concentrarem estabelecimentos que geram transtornos aos moradores, incluindo música alta e trânsito irregular.
Esses bairros, assim como Botafogo, também têm registrado desvalorização de imóveis próximos a bares.
Barulho até altas horas
O barulho gerado por DJs e frequentadores que ocupam as calçadas até o amanhecer é uma das principais queixas. Moradores da zona Sul relatam dificuldades para dormir e até para transitar pelas ruas.
A ocupação das calçadas segue até o amanhecer e dificulta até o simples direito de ir e vir dos moradores.
Além disso, o trânsito é impactado pelo aumento do fluxo de veículos e pela falta de vagas de estacionamento, agravando os congestionamentos.
Botafogo: milhares de reclamações
Em Botafogo, onde foram colocadas as faixas de protesto dos moradores, se consolidou como um dos bairros mais badalados do Rio, atraindo multidões para seus bares e restaurantes.
Dados recentes mostram que o bairro lidera as reclamações relacionadas à perturbação do sossego e ocupação irregular de áreas públicas.
Em 2024, a Central 1746 recebeu 3.711 pedidos de fiscalização de estabelecimentos, que parecem não estar surtindo efeito.
Incompetência da prefeitura
Apesar das promessas de intensificar a fiscalização, moradores afirmam que as ações da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop) e da Subprefeitura da Zona Sul têm sido insuficientes.
Um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com os bares permitiu o funcionamento até as 3h da manhã em alguns dias, sem consultar a comunidade local.
O dilema entre a boemia e a qualidade de vida na Zona Sul reflete um problema maior de gestão urbana.
Enquanto os bares continuam a atrair multidões, os moradores enfrentam os impactos negativos dessa ocupação desordenada.
A prefeitura precisa agir de forma mais eficaz para garantir o equilíbrio entre o lazer e o bem-estar da comunidade.