O projeto de lei 971/2025, enviado à Câmara pelo prefeito Eduardo Paes (PSD), acendeu o alerta vermelho entre consumidores residenciais e empresários. A proposta altera as regras da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública) e pode provocar aumentos de até 1.270% na conta de luz de grandes consumidores e 74% para famílias de classe média, segundo estudo apresentado por parlamentares.
A reação foi imediata. Nesta quinta-feira (4), representantes da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) se reuniram com vereadores para pedir limites à cobrança e proteção aos pequenos negócios. A entidade prometeu enviar sugestões formais para análise da Câmara.
Projeto de Paes que aumenta a taxa de luz no Rio causa racha na base da Câmara
Impacto direto no bolso do carioca
No mesmo dia, parlamentares se encontraram com representantes da prefeitura e exigiram mais transparência sobre os critérios de cobrança. “É preciso demonstrar quanto cada pessoa vai de fato pagar”, cobrou a vereadora Rosa Fernandes (PSD). Já Paulo Messina (PL) se posicionou contra isenções, mesmo para consumidores de baixa renda — que hoje são poupados se consomem até 100 kWh por mês.
O vereador Pedro Duarte (Novo), autor do estudo que revelou os aumentos, alertou: “Esse reajuste pode inviabilizar negócios e sobrecarregar famílias.”
Segurança pública como justificativa
A prefeitura defende que os recursos da nova Cosip serão usados para ampliar a iluminação pública e instalar sistemas de videomonitoramento, como parte de um pacote de segurança que inclui a criação da Força Municipal armada.
Mas a proposta levantou críticas. Provável candidato de Lula ao governo do Estado em 2026, Paes tem sido acusado de oportunismo eleitoral, ao tentar capitalizar sobre a segurança pública — tema que sempre foi bandeira da oposição e uma das maiores preocupações do carioca.
