Sob pressão popular, Câmara endurece lei e amplia penas para tráfico perto de escolas

Jefferson Lemos
Proposta avança sob o clamor popular em meio ao endurecimento das políticas de segurança do governo Cláudio Castro (Marcelo Camargo/EBC)

Sob pressão popular e em meio ao endurecimento das políticas de segurança do governo Cláudio Castro (PL) contra o crime organizado no Rio de Janeiro, a Câmara dos Deputados avança em mais uma medida simbólica: o aumento de pena para o tráfico de drogas nas imediações de escolas.

A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que cria um agravante específico para o crime de tráfico de entorpecentes praticado dentro ou próximo a estabelecimentos de ensino, públicos ou privados. A proposta altera a Lei Antidrogas (Lei 11.343/2006) e prevê majoração da pena de 1/6 a 2/3 quando a infração ocorrer nas proximidades de creches, escolas de ensino fundamental e médio, cursos técnicos e profissionalizantes, além de universidades.

Atualmente, a pena para tráfico é de 5 a 15 anos de reclusão, além de multa. O novo texto, relatado pelo deputado Sargento Fahur (PSD-PR), foi apresentado como substitutivo ao projeto de lei 1462/2025, de autoria do deputado Helio Lopes (PL-RJ). Fahur destacou que, embora a legislação já preveja agravantes em locais sensíveis, o ambiente escolar exige atenção especial por ser alvo de criminosos que buscam recrutar jovens.

“É dever do Parlamento responder com firmeza e sem hesitação a essa estratégia criminosa, deixando claro que nenhum delinquente utilizará nossas instituições de ensino como território livre para a venda de drogas ou para o recrutamento de jovens para o mundo do crime”, afirmou o relator.

Impacto esperado

– Proteção de ambientes escolares: a lei busca blindar espaços de ensino contra a influência direta do tráfico.
– Reforço simbólico: a medida se soma ao discurso de endurecimento contra facções, alinhando Legislativo e Executivo.
– Pressão sobre facções: ao elevar penas, o Parlamento sinaliza que o recrutamento de jovens será tratado como crime de maior gravidade.

O projeto segue agora para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) antes de ser submetido ao plenário da Câmara e, posteriormente, ao Senado.

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Jefferson Lemos é jornalista e, antes de atuar no site Coisas da Política, trabalhou em veículos como O Fluminense, O Globo e O São Gonçalo. Contato: jeffersonlemos@coisasdapolitica.com.br
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