A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) está no centro de uma polêmica que tomou as redes sociais e provocou reações acaloradas no Congresso Nacional. Acusada pela oposição de empregar dois maquiadores com verba da Câmara dos Deputados, Hilton agora enfrenta uma representação formal na Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto ato de improbidade administrativa.
O caso veio à tona após o deputado Junio Amaral (PL-MG) protocolar uma denúncia na PGR alegando que Erika Hilton teria desviado a função de dois secretários parlamentares — Ronaldo Hass e Índy Montiel — para atuarem como maquiadores pessoais. Segundo Amaral, a prática configura “desvio de finalidade” e contraria as normas da Câmara, que proíbem o uso de recursos públicos para fins particulares.
A denúncia se baseia em publicações nas redes sociais dos próprios assessores, que frequentemente compartilham imagens de produções de maquiagem feitas para a deputada em eventos como entrevistas, cerimônias oficiais e até viagens internacionais. Um dos assessores, Ronaldo Hass, acompanhou Hilton em uma viagem recente a Portugal, a convite do Parlamento Europeu.
A repercussão foi imediata. Parlamentares da oposição, como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Paulo Bilynskyj (PL-SP), usaram as redes para acusar Hilton de “usar dinheiro público para bancar um time de beleza” e prometeram levá-la ao Conselho de Ética da Câmara. Vereadores de São Paulo também se manifestaram, com críticas que variaram de ironias sobre sua aparência a questionamentos sobre sua atuação parlamentar.
Erika Hilton, por sua vez, rebateu as acusações e diz que está sendo perseguida. Em nota e em publicações nas redes sociais, afirmou que os dois assessores exercem funções institucionais legítimas, como elaboração de relatórios, participação em comissões e acompanhamento de agendas oficiais. “Eles não foram nomeados por me maquiar. Se não me maquiassem, continuariam sendo meus secretários parlamentares”, declarou.
Enquanto a PGR avalia a abertura de inquérito para verificar se procede a acusação de que maquiadores estariam travestidos de assessores parlamentares, o debate sobre o uso do dinheiro público segue viralizando nas redes sociais.