A sessão desta quarta-feira (25) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que discutia o Estatuto das Blitzes — proposta do governador em exercício Rodrigo Bacellar para combater a “máfia dos reboques” — foi palco de uma declaração incisiva da deputada Tia Ju (Republicanos). Presidindo os trabalhos, a parlamentar aproveitou a deixa para denunciar o que chamou de “máfia dos pardais” que age nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói, geridas por Eduardo Paes (PSD) e Rodrigo Neves (PDT).
“Quero deixar aqui uma provocação: o combate à máfia dos pardais, que continua imperando na nossa cidade e em Niterói, conhecida como a cidade que mais multa o cidadão no Brasil. E o Rio de Janeiro não fica atrás”, declarou. Tia Ju criticou o uso abusivo dos radares eletrônicos como ferramenta de arrecadação, em vez de priorizar a segurança viária. “Os pardais devem ser para segurança dos pedestres e motoristas, não para título de arrecadação covarde”, afirmou.
A crítica encontrou eco no plenário. O deputado Luiz Paulo, ex-secretário municipal de Transportes do Rio, na gestão César Maia, reforçou que o objetivo original dos radares é educativo. “O radar é para fiscalizar. O código é educativo e não punitivo. A indústria do pardal virou um elemento meramente arrecadatório”, disse, destacando que, em sua gestão, todos os equipamentos eram devidamente sinalizados.
O deputado Douglas Gomes (PL) usou um aparte para fazer coro: “Concordo 100% de vossa excelência. Mas esse tema me trouxe à memória o que está acontecendo na RJ 1
A denúncia reacende o debate sobre o uso dos sistemas eletrônicos de fiscalização nas duas principais cidades fluminenses, sugerindo que a finalidade arrecadatória tem se sobreposto ao interesse público. Com o Estatuto das Blitzes em análise, o tema promete ganhar ainda mais força nos próximos capítulos da discussão legislativa.
